A arte de dominar o fogo ganha chama alta em restaurante de Lisboa

Jornalista
Músico, historiador e cozinheiro, Robson Oliveira, natural de Brasília, no Brasil, tem tudo menos um percurso ortodoxo. Foi saxofonista, completou os estudos universitários em história, e só depois “mergulhou” no mundo da cozinha, passando nove anos em Paris a trabalhar e aprender sobre a área.
O resultado pode ser conhecido no restaurante Bono Lisboa, cuja cozinha é uma demonstração de perícia, desde o domínio do fogo, com as brasas, passando pelos fumados, e pela confeção dos molhos no ponto certo. É uma cozinha “leve na organização, aberta e colaborativa”. Para o chef Robson Oliveira “tudo começa pelo ingrediente e respeito pela natureza, sem grandes intervenções”. “A nossa cozinha é extremamente simples, de forte inspiração mediterrânea, uma cozinha de fogo alto, de sabores autênticos e precisos”.
O toque do fogo está um pouco por toda a ementa, na “Salada de cenouras tostadas na brasa”, com queijo de cabra, mel, mini tomates, pipocas de sementes de abóbora e vinagrete de sésamo (€15,50), mas também no “Steak tartare”, com carne de novilho picada à mão, gema curada no molho japonês, alcaparra italiana, pickles, avelã tostada e molho artesanal (€17,50), ou no “Camarão thai”, feito na brasa, com molho tailandês de coco e erva príncipe, com chutney de manga (€17,50).
Para contrastar prove um fresquíssimo e colorido “Ceviche de peixe do dia fresco”, com pickles de cebola roxa, molho artesanal ponzu e pérolas de tapioca (€18,50) ou um “Gravlax de peixe branco”, curado em tintura de beterraba, acompanhado de emulsão de coentro e avocado, pickles de cebola, coco tostado e molho ponzu (€18). Inspirado, o chef acrescentou precisamente mais frescura e sustentabilidade à ementa do Bono.
Criou recentemente o “Menu Jardim”, especialmente para o almoço, que valoriza os ingredientes sazonais, colhidos diretamente dos jardins dos fornecedores parceiros do Bono. Associou-se à “Quintal Urbano” para ter rebentos e flores frescos diariamente e também à “Nãm”, a primeira quinta urbana de economia circular que produz cogumelos frescos em Lisboa. Encontre-os no surpreendente “Azulejo português de ravioli aberto com couve romanesca, creme de batata-doce, gema de ovo curado em molho japonês e regado com creme de cogumelos frescos” (€16,50).
Prove ainda a “Salada de jardim com molho japonês de sésamo” (€8), a “Burrata com tomate fumado de ervas com pesto artesanal” (€12) e complemente com o “Arroz negro selvagem com chouriço, lula e mexilhão (€19). O Menu Jardim está disponível de sexta a domingo, os mesmos dias em que é possível experimentar o brunch com propostas “à la carte”.
E porque as temperaturas assim o exigem, refresque-se ainda com “A Eternidade do Devaneio” (€6), um mocktail de maracujá, lime mix, ginger ale e algodão doce, ou com uma soda italiana artesanal (€5,50), de maracujá, frutos vermelhos ou maçã verde. Kir Royal (€8), Mimosa (€7) e Aperol Spritz (€8) são sugestões de cocktails clássicos. Já o Kir Royal Bono (€9), com espumante e creme de cassis, tem assinatura da casa.
Além do novo Menu de Jardim para o almoço, o chef Robson também inova nas propostas para jantar, com sabores mais intensos como o “Carré de borrego com puré de maçã verde e batata frita artesanal” (€29) e o “Magret de pato, mousseline e puré de tangerina com manteiga miso (€28,5).
No Bono Lisboa (Calçada Ferragial 9, Lisboa Tel.937141859), espaço com 40 lugares, decoração intimista e arcos pedra, sente-se hoje o burburinho dos momentos de prazer à mesa. Originário de uma família de empresários, Robson Oliveira acredita na "cozinha humanizada, onde todos são encorajados a participar e o ambiente é acolhedor”. Não estranhe por isso se o chef andar pela sala para dar dois dedos de boa conversa.
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