Com Sopa de Francesinha e Coelho à caçador, esta ementa é um tributo à primavera no Douro
Francisco de Almeida Dias
Inspira-se nos sabores e tradições da região para os devolver em gosto e criatividade. No Dona Maria, em Gaia, da Sopa de Francesinha, como entrada, à Sopa de vinho servida em barrica, de sobremesa, passando pela Pescada à poveira ou pelo Coelho à caçador, há comida de conforto na nova carta de primavera, baseada nos sabores típicos da região do Porto e do Douro
O terraço sobre o rio e o Porto pede almoços e jantares prolongados sempre que o tempo convida. Mas no interior, os enormes cestos de vindima conjugados com a sofisticação da decoração de Nini Andrade Silva remetem para a magia do Douro, as curvas dos socalcos e o vinho. Ao almoço ou ao jantar, o restaurante Dona Maria, do The Lodge Porto Hotel, oferece uma nova carta de primavera-verão onde marcam presença pratos tradicionais das regiões do Porto e do Douro, interpretados pelo chef João Vieira.
Entre a costa e a montanha desfilam entradas, petiscos e tachos, emblema da cozinha tradicional portuguesa que aqui é celebrada a todo o momento. “Se sairmos do Porto, basta andarmos 100 quilómetros para qualquer lado e veremos que o mesmo prato será cozinhado de modo diferente. O que eu faço é conhecer o que se faz na zona onde me encontro e, a seguir, fazer a minha própria interpretação”, define o chef, que se inspirou em produtos e receitas da região para criar esta ementa.
Sopa de tomate e francesinha
Desde sempre comprometido com as receitas tradicionais, de tacho e conforto, o restaurante Dona Maria continua a apostar nos petiscos, entradas e tachos de sabor tradicionalmente português. Nesta nova carta, servida ao almoço e ao jantar, destacam-se entradas como a “Empada de perdiz de Vila Nova de Foz Côa com salada de erva-benta e lavanda” e a “Sopa de Francesinha”, um creme de tomate coração de boi assado encimado por uma mini francesinha.
Do tacho chega um dos favoritos da casa, o arroz, neste caso o “Malandrinho de tamboril e gambas”. Elaborado no forno, serve-se também o “Coelho à caçador albardo em couve e nozes, com arroz de miúdos e vinho tinto”.
O chef foi desafiado a recriar um prato típico da costa norte, a “Pescada à poveira” e o resultado pode ser saboreado numa interpretação pessoal da receita tradicional: “Pescada à poveira, a nossa interpretação”. Nas carnes, o destaque vai para o “Lombo de porco preto corado com vieiras, esparregado de nabiças com sabores alentejanos”, uma viagem entre terra e mar.
Pescada à Poveira
O Douro volta a ser sublinhado à sobremesa caso escolha a “Barrica com Touriga Nacional”, que replica uma barrica – mais especificamente a escada junto ao bar do hotel, elaborada a partir de uma pipa desconstruída - onde é servida a sobremesa, uma sopa de vinho.
Outra opção são os “Aromas frescos de tributo à Primavera com suspiros de Verão”, um elogio às estações quentes numa sobremesa floral, com aromas de jasmim, lavanda, sardinheira e suspiros de verão capaz de despertar todos os sentidos.
Barrica de Touriga Nacional
Cocktails envelhecidos e wine flights No bar do The Lodge também se elogiam as melhores referências locais, seja na abundância de vinhos disponíveis, tranquilos e do Porto – é possível fazer um wine filght de cinco referências – como num dos grandes bestsellers. São os cocktails envelhecidos em pequenas barricas de vinho do Porto de 20 litros. Há cinco disponíveis, entre os quais uma versão de Negroni e outra do Manhattan, cujo envelhecimento em dá origem a um cocktail mais intenso: fortifica os aromas, criando espírito, corpo e balanceando as notas de madeira.
Também para harmonizar com a refeição existe uma ampla carta de cocktails, entre os quais se destaca o Dona Maria, elaborado com vinho branco do Douro, uva-branca, cravinho Saint Germain, vodka, puré de maçã verde, manjericão e clara de ovo. Antes de chegar à mesa ainda é pulverizado com perfume de laranjeira. Apesar da intensidade, liga bem com a maioria dos pratos da refeição.
Porque estamos em território vínico, também pode harmonizar com uma das centenas de referências que pontuam a carta do restaurante e servem de decoração às paredes, com natural privilégio à região do Douro.
Restaurante Dona Maria
Francisco de Almeida Dias
Com três salas elegantes, duas delas para eventos privados, onde decorrem com frequência jantares vínicos com produtores, o restaurante Dona Maria (The Lodge Hotel, Rua de Serpa Pinto, 60, Vila Nova de Gaia. Tel. 220157540), um “tributo às nossas Donas Marias, das cozinheiras hábeis de mão-cheia às rainhas e princesas que fazem parte da nossa História” abre de segunda a sexta-feira ao almoço das 12h30 às 15h00; das 13h00 às 15h30 aos fins de semana e feriados. O jantar é servido diariamente entre as 19h30 e as 23h00.
Sobre o The Lodge Hotel (Rua de Serpa Pinto, 60, Vila Nova de Gaia. Tel. 220157540), onde se instala o restaurante Dona Maria, pode ler-se no Guia Boa Cama Boa Mesa 2023: “Nini Andrade Silva faz uma viagem à região do Douro a partir desta antiga cave de vinho do Porto. Com arrojo, transformou cada um dos 119 quartos e suítes, incluindo duas espaçosas Signature Duplex, com uma uva-tinta e ainda uma aduela em escadaria. Interpretou o ato de servir o vinho em carpetes e imaginou gigantescas cestas de vindima. O resultado é um hotel dedicado ao universo do vinho, não só na decoração mas também nos passeios a regiões vínicas, nos wine fligts ou nos cocktails”.
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