Conheça as regras de ouro para escolher vinhos tintos como um especialista
Luis Niza
Com uma vasta oferta dividida por diversas regiões e perfis, o mais difícil é mesmo escolher. Para ajudar o leitor a contornar e superar o habitual momento de angústia e indecisão perante uma prateleira de vinhos tintos, siga as recomendações de Maria João Almeida, jornalista e crítica de vinhos
Os dados existentes confirmam: os vinhos tintos continuam a ser os preferidos e os mais comprados pelos portugueses. Mas, com tanta oferta dividida por diversas regiões e perfis, o mais difícil é mesmo escolher. Para ajudar o leitor a contornar o habitual momento de angústia e indecisão perante uma prateleira de vinhos tintos, conheça as principais regras antes de comprar explicadas por Maria João Almeida, jornalista e crítica de vinhos:
“A qualidade do vinho português está cada vez melhor e não fica atrás de nenhum outro a nível mundial. Os números não mentem: os tintos continuam a ser os favoritos. Por essa razão, e perante a cada vez maior oferta no mercado, o consumidor sente-se muitas vezes perdido, sem saber o que escolher. Qual será o melhor tinto? Se a técnica de prova consegue definir as características de um vinho, a subjetividade não permite dizer que um seja melhor do que o outro. Dois vinhos vinificados da mesma forma, com semelhante patamar de qualidade, elaborados com castas idênticas e provenientes da mesma região, podem dar origem a opiniões diferentes. Aqui entra também a questão do gosto.”
Maria João Almeida, jornalista e crítica de vinhos
Pedro Ferreira
1 – O gosto de quem compra
“Há que pensar primeiro nas regiões e nas castas que mais apreciamos. E até no enólogo. Por exclusão de partes, a escolha torna-se mais fácil. Só o treino do paladar permite eleger os que mais nos agradam (e isso necessariamente leva a algumas surpresas e desilusões, faz parte do processo). Além do gosto, devemos ter em conta a ocasião.”
2 – Escolher em função da ocasião
“Se queremos um vinho para beber todos os dias, iremos procurar vinhos simples, fáceis de beber, bons e baratos, que surpreendam pela relação qualidade/preço (e Portugal é campeão neste capítulo, somos uns sortudos). Em casa, o ideal é escolher um tinto mais comum ou barato, mas sempre diferente, para fugir, sem grandes riscos, das escolhas seguras.
Se por outro lado, pretendemos um vinho melhor para refeições mais cuidadas (ou para uma jantarada com amigos), o melhor será escolher um tinto mais estruturado, acima da média, que nos permita fazer boa figura.
Caso seja para uma ocasião em que queremos agradar, o ideal é não correr riscos e optar por um tinto já conhecido, que ofereça garantia de perfil e qualidade. Já os vinhos para datas especiais (aniversários, Natal, Páscoa ou outras comemorações) terão de ser mais complexos, marcantes, intensos, vinificados com as melhores uvas (embora o preço nem sempre seja garantia de qualidade, geralmente são mais caros).”
3 – Atenção ao preço
“O ideal é comprar o vinho em garrafeiras que, além de uma seleção mais cuidada, têm sempre alguém conhecedor para ajudar. Mas, se for ao supermercado, pense bem na região, nas castas e na ocasião em que vai servir o vinho. A escolha será muito mais fácil. Por último, um aviso: ao comprar em supermercados, muitos apreciadores caem no engodo das grandes promoções. O preço daquele vinho caríssimo que agora está barato, com 70 por cento de desconto, é pura ficção (normalmente são vinhos de marca exclusiva ou própria dos supermercados). A verdade é dura: infelizmente para o cliente final, mesmo com descontos, o preço acaba por traduzir sempre o real valor do vinho.”
@RICO
Este texto foi adaptado do Guia de Vinhos oferecido pelo Expresso, com produção Boa Cama Boa Mesa, sábado, dia 9 de outubro de 2021.
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