De Viseu à serra da Estrela, uma rota fresca pela Beira Interior

Cidade de Viriato, Cidade-Jardim e Cidade Vinhateira do Dão, Viseu celebra por estes dias o regresso da Feira de São Mateus, após a paragem forçada pela pandemia. O programa é ambicioso e promete 49 dias de muita animação, espetáculos, gastronomia e cultura. Depois de Viseu ruma-se em busca de banhos refrescantes na região de São Pedro do Sul, também conhecida como “capital do termalismo”. Em plena Serra da Arada há oásis com cascatas de águas frescas e cristalinas que convidam ao mergulho ou à simples contemplação. Com apenas 13 km, o Teixeira é considerado o rio português com maior número de praias e piscinas fluviais, os “poços” como lhes chamam por aqui. Há, no entanto, dois em Manhouce, considerados como os mais deslumbrantes de todos, graças às quedas de água: o Poço Negro, mais espetacular, mas de mais difícil acesso, e o Poço Azul, com rochas graníticas polidas pela erosão de milhões de anos que ladeiam a lagoa.

Capital das Piscinas Naturais
Qualquer roteiro fresco pela interior centro tem paragem obrigatória na região da serra da Estrela. Além das lagoas, com destaque para o Rossim, a região esconde muitas das mais belas praias fluviais do território nacional. No concelho da Covilhã, descubra Cortes do Meio, considerada a “Capital das Piscinas Naturais”. Segredo bem guardado da serra, a maior parte exige uma boa caminhada. Antes de se meter ao caminho, guarde na mochila pão de centeio, de trigo ou broas de milho feitos por Julieta Soares no forno comunitário de Cortes do Meio. Depois, siga as placas à procura das piscinas naturais na ribeira. Há 12 para todos os gostos. Umas maiores, outras com cascatas deslumbrantes e outras ainda completamente isoladas. O Poço da Fatela tem uma piscina comprida, o Poço da Ponte Velha estacionamento perto e onde estender a tolha, mas nada bate em beleza natural o Poço do Funil, com uma pequena cascata e muitas sombras em redor. Antes ou depois, merece visita a cidade da Covilhã e a incrível Rota de Arte Urbana, iniciada pelo festival Wool e que conta com obras de dezenas de artistas nacionais e internacionais.

Uma janela para o passado em cada pedra, a natureza silvestre, o ar puro, o espaço oferecido por 40 hectares equipados com passadiços, miradouros, observatório de aves, parque infantil e trilhos. Esta é uma das formas para descrever o Parque Barrocal, inaugurado no final de 2020, em Castelo Branco, considerada a capital da Beira Baixa. O parque é um oásis para amantes da natureza e ainda mais da geologia que podem explorar todos os pontos de interesse do espaço com entrada livre.

ONDE COMER:

Mesa de Lemos (Paço de Silgueiros)
É a estrela da gastronomia da região centro. Digo Rocha aposta nos produtos nacionais e harmoniza com vinhos da quinta. Tel. 961158503

Deraiz (Rebordinho)
O prazer de uma mesa farta de receituário tradicional recriado com mestria às portas de Viseu. Tel. 928052162

Cozinha Típica de Montemuro - Mezio (Mezio)
O “Arroz de feijão com salpicão” é o emblema da casa que aposta na recolha e preservação do receituário tradicional. Tel. 254689265

Adega Típica da Pena (Aldeia da Pena)
Aqui, o casal anfitrião cria os animais e muitos outros produtos que chegam à mesa. “Vitela assada em forno de pedra” justifica a encomenda prévia. Tel. 232731808

Casa da Velha Fonte na Casa da Amoreira (Idanha-a-Velha)
“Pato à Apício do séc. I a. C., com garum artesanal” e “Tábua territorial” são dois pratos de Maria Caldeira de Sousa que justificam a viagem. Tel. 963664600

Dona Ferreirinha (Castelo Branco)
A ementa é rica em abordagens regionais como os “Maranhos à beirã com couves da horta” e o “Cabrito da serra com batatinha e esparregado”. Tel. 272086621

Alkimya (Covilhã)
Aposta nos produtos regionais e biológicos, desde o borrego de Idanha ao azeite da Beira, bem como em pratos vegetarianos. Tel. 2753334174

Taberna A Laranjinha (Covilhã)
Faça uma “viagem” pelos petiscos, como os “Ovos rotos da Taberna”, as “Bolinhas de fumeiro” e o “Pastel de molho da Covilhã”. Tel. 275083586

Vallécula (Valhelhas)
O “Paté de galo” e “Galo estufado à moda antiga” são imperdíveis nesta pequena grande casa de bem comer. Tel. 275487123

ONDE DORMIR:

Casas do Côro (Marialva)
O alojamento, com vista para o castelo e em plena aldeia histórica, oferece agora 31 quartos distribuídos por 12 casas. Tel. 917552020

Casa de São Lourenço (Penhas Douradas)
A 1250 metros de altitude, encante-se com o burel e com a vista a partir do terraço panorâmico, mas também de vários dos 17 quartos e quatro suítes. Tel. 275249730

Casas da Lapa - Nature & Spa Hotel (Lapa dos Dinheiros)
Basta atravessar um dos patamares, onde encontra uma das duas piscinas exteriores, para descobrir a cascata privada que é um dos tesouros destas casas.Tel. 911851895

H2otel - Congress & Medical Spa (Unhais da Serra)
Tem na água o epicentro de toda a oferta. Integra o Aquadome, o primeiro Spa de montanha do país e um dos maiores da Europa. Tel. 275970020

Pena D'Àgua Boutique Hotel & Villas (Covilhã)
Recuperou um edifício do século XIX e oferece 33 quartos, entre os quais 8 villas. Considere o restaurante Açafrão. Tel. 275334168

Convento do Seixo Boutique Hotel & Spa (Fundão)
Antigo convento, dispõe de 16 quartos, quatro suítes e quatro villas. O spa tem no flutuário a grande sensação. Tel. 275249670

Pousada de Viseu (Viseu)
Ao antigo hospital da cidade deu-se dignidade e classe, extensíveis aos 84 quartos. Aproveite o bar nos claustros. Tel. 232457320

Casas com Estória (Santa Comba Dão)
Oferece cinco estúdios em três casas completamente remodeladas e ainda cinco quartos na antiga mercearia da localidade. Tel. 918795623

Este artigo foi originamente publicado na edição do Expresso de dia 15 de julho de 2022.

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