A hora do chá em 5 sugestões que incluem rainhas, scones e… vinho

Ir a Sintra é um despertar dos sentidos. Caminhe pela serra e as ruelas da vila, visite o Palácio da Pena, Monserrate e a Quinta da Regaleira e termine imerso na vegetação frondosa junto ao Tivoli Palácio de Seteais, viajando até ao romantismo do século XVIII. Neste ícone hoteleiro serve-se diariamente, às 17h00, o Chá das Rainhas, inspirado em algumas monarcas portuguesas. A grande novidade deste inverno é a assinatura de Cíntia Koerper, agora responsável pela pastelaria do hotel. Casada com Joachim Koerper, novo chef consultor de Seteais, Cíntia inspira-se no gosto pelas infusões aromáticas de três monarcas portuguesas para apresentar três tentadores menus.

As novas propostas contemplam os clássicos scones, agora preparados com passas embebidas em rum, seguindo a receita tradicional inglesa, e servidos com manteiga, compota caseira e crème fraîche. As sanduíches voltam a marcar presença com uma confeção mais elaborada de três sabores à escolha. A pastelaria tradicional portuguesa, e em especial a de Sintra, continua disponível nos menus, com destaque para os travesseiros, as queijadas e os pastéis de nata. Foram ainda adicionadas novas especialidades preparadas pelas experientes mãos da chef Cíntia, como as tarteletes de maçã reineta de Sintra, as madeleines de baunilha ou o financier de amêndoa

O menu de €18 inspira-se no reinado de D. Maria I de Portugal, recebida pela primeira vez no Palácio de Seteais, em setembro de 1787. O camarista “serviu-lhe o chá assentando ambos os joelhos no chão”, como ditava o cerimonial. Prove uma seleção de três peças de pastelaria e harmonize com o chá Jasmin Queen, inspirado nos jardins de Seteais. O segundo menu (€22) é o “Rainha D. Catarina de Bragança”, a quem se deveu o aparecimento do ritual do chá em Inglaterra. Além de três peças de pastelaria, inclui scones com manteiga e compotas, “finger sandwiches” e pode casar com o chá Imperial Lapsang Souchong, que era “o preferido de sua alteza”.

A terceira opção (€34) do Tivoli Palácio de Seteais (Rua Barbosa du Bocage, 8, Sintra. Tel. 219233200) é dedicada à Rainha D. Carlota Joaquina de Bourbón, cuja esfinge figura junto à de D João VI, no Arco Triunfal de Seteais. Inclui uma seleção de pastelaria com assinatura de Cintia Koerper, scones com manteiga, compotas caseiras e crème fraîche, pastelaria tradicional de Sintra, “finger sandwiches”, flute de champanhe e, neste caso, a sugestão é o chá francês Earl Grey, “à la mode”. Para além das infusões que compõem cada menu, há também uma completa coleção de chás disponível, como o chá verde Silver Moon, a mistura de chás pretos English Breakfast, o chá verde japonês Emperor Sencha, o rei do chá das índias Royal Darjeeling, o Red of Africa, o chá vermelho da África do Sul e muitos mais.

Chá num clube de charme

Conserva o ambiente clássico e distinto de um clube inglês com as madeiras, telas e candeeiros sobre a mesa. As toalhas são de linho, veem-se bules de prata e loiça Spode. Tudo certo para o Chá das 5 (desde €7) no portuense Chá Clube (Edifício Aviz – Avenida da Boavista, 3477 – Lj 19, Porto. Tel. 226178459). Pode incluir bolo de chocolate turco, scones com compota e manteiga, brioches e croissants. Escolha um chá, um sumo natural ou um batido de fruta fresca. Esta casa de chá também serve almoços de comida caseira e jantares de grupo.

Lanche japonês

Às sextas-feiras e sábados, entre as 16h00 e as 18h00 e sob marcação, o restaurante Kanazawa (Rua Damião de Góis, 3A, Lisboa. Tel. 213010292) transforma-se em salão de chá. O chef Paulo Morais prepara um menu de lanche (€12,50) com um chá e cinco doces japoneses que variam semanalmente, como o castela (pão-de-ló japonês), o yakimanjyu (pastel assado no forno e recheado com castanhas) ou as panquecas dorayaki. Ao nível dos chás, considere os matcha, genmai, sencha, jasmim ou chá branco. É necessária uma reserva prévia com pelo menos três dias de antecedência.

Chá Camélia

De 2011 aos dias de hoje, muita foi a água que correu neste projeto do Chá Camélia. Desde as primeiras 200 plantas, no jardim da casa do Porto de Nina Gruntkowski e de Dirk Niepoort, aos atuais 12 000 pés de chá, o objetivo inicial manteve-se inalterado: produzir um chá verde de alta qualidade. Os primeiros chás Camélia foram quatro “blends” de chá verde japonês, dos parceiros Morimoto, com ervas aromáticas e flores comestíveis portuguesas. Mais tarde, foi desenvolvido o Pipachá, que une o melhor de dois mundos – o do chá ao do vinho. Estagia nas pipas de vinho do Porto da Niepoort, para absorver os deliciosos aromas do vinho do Porto. Em 2019, o Chá Camélia celebrou a sua primeira colheita de folhas para a produção de chá – colheita 100% manual. Todos os dias, o desafio é transformar quantidades maiores de folhas frescas em chá verde – um processo mágico e complexo. O Chá Camélia (Tel. 932496603) desenvolve hoje uma seleção de chás de alta qualidade do mundo e tisanas portuguesas biológicas. Pode fazer encomendas na loja online e até adquirir acessórios.

Companhia Portugueza do Chá

Chá verde Mao Feng das Montanhas Huang Shang (€9), o raro Chá Amarelo da China com infusão cor de ouro e notas de mel, o Chá Branco dos Açores (€12), latinhas de viagem, canela de São Tomé, sal fumado Lapsang Souchong Imperial, bules Kyusu (€26), chávenas e pires de porcelana. São algumas das novidades que pode encontrar na loja da Companhia Portugueza do Chá (Rua do Poço dos Negros, 105, Lisboa. Tel. 213951614), um templo para aficionados do chá (também vendido a peso) instalada numa antiga sapataria de 1880. Importam “os mais finos chás” do mundo, incluindo orgânicos.  Pode também encomendar online através do site da Companhia Portugueza do Chá

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