Estados Unidos e o possível fim da viagem

A equipa do filme chega à São Francisco de avião. Durante o internamento de Giovane no hospital do Nepal, a sua família havia sido muito clara: não seria possível realizar, de barco, a travessia do Pacífico, tendo em conta a duração de 15 dias e o acesso precário a cuidados de saúde.

Ao chegar a São Francisco, durante as filmagens tudo nos remete, a cada esquina, para memórias cinematográficas de uma realidade que já consideramos, indevidamente ou não, como nossa. Alugamos um carro que supostamente nos levará até à América do Sul. Mas já em Los Angeles o Miguel, realizador do filme, terá de voltar ao Japão para poder filmar durante três dias os treinos intensivos de Andreas Mogensen, na agência espacial japonesa (JAXA).

E só passados esses dias, já com o realizador regressado, depois de filmarmos uma pequena cena com a participação especial do realizador José Padilha ("Tropa de Elite") - que agora vive em LA -, finalmente retomamos a viagem e seguimos rumo ao sul, até a fronteira do México. Fazendo um desvio por Las Vegas - que funcionará no filme como um contraponto de Macau.

Contudo, a meio do caminho, Giovane recebe uma mensagem SMS do hospital, informando que deve regressar de imediato ao Brasil por se encontrar agora em primeiro lugar na lista de transplantes. Desde o início sabíamos que algo assim poderia acontecer, mas nunca se está verdadeiramente preparado. E é assim que toda a equipa se despede de Giovane no aeroporto internacional de Los Angeles.

Já sem o protagonista, iremos partir e cruzar todo o Sul, rumo à cidade de Houston, no Texas. Será assim necessário atravessar de carro os Estados Unidos para chegar a uma das mais fascinantes memórias da nossa infância: a NASA.