Carta triste à bola de futebol
A nostalgia dos dias que foram
Minha querida bola,
Espero que esta te encontre bem, embora eu saiba que não.
O que é que te aconteceu, pá? Como é que é possível termos chegado a isto? Não te iludas: anda toda a gente a discutir-te há uma semana, só que ninguém fala de ti. Esqueceram-te. E eu acho que sei porquê.
Lembras-te quando éramos miúdos? Vi-te nascer, sabes? A minha tia sentava-se no sofá, com um monte trapos e meias velhas do pai e do tio no avental, e fazia fintas mágicas com agulha e a linha, enquanto nós gritávamos que eras demasiado pequena. E ela, com paciência, abria-te e voltava a coser-te e crescias diante dos nossos olhos, tanto que parecias quase a sério. Éramos demasiado novos para andar na rua sozinhos, ou sequer para saber o que eram jornadas ou pontos, mas suficientemente grandes para transformar o corredor num estádio onde se jogavam todas as finais. Esses eram os dias em que perder e ganhar era igual e só a tia é que ficava chateada.
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