Vem o Centeno, meu querido ursinho Zé Colmeia e pumba! O défice até se encolhe. Passou logo de uns números inapresentáveis para uns recatados 2,1%, coisa própria de nórdicos daqueles que não gastam tudo em copos e mulheres. E isto porquê? É o que vamos tentar saber.
No meu tempo, isto é, aí por volta de 2011 ou 2012, a troika queria que baixássemos o défice só para menos de 3%. Faziam-no por que o neoliberalismo da escola de Chicago assim o impunha, mancomunados com a Goldman Sachs e outras organizações perigosas. A isto se opunha o pessoal que está agora no Governo. Passavam a vida a dizer mal da troika e das suas imposições e de Bruxelas e dos seus agentes. Recordo-me, com esforço uma vez que isto já foi há muito tempo, que o presidente do Eurogrupo era Jean-Claude Juncker, um democrata-cristão reacionário que vinha aí como umas prédicas tipo professor zangado. O presidente da Comissão era um português de maus fígados (de Cherne) chamado Durão Barroso que era obviamente da escola de Chicago e do neoliberalismo mais descarado.
Felizmente, tudo mudou. Para o Eurogrupo foi um socialista de nome estranho – Dijsselbloem – e para presidente da Comissão o mesmíssimo reacionário Juncker. Em Portugal, o poder comandado pelo ultra-neo-liberal-quase-fascista Pedro Passos Coelho passou a ser pelo Doutor António Costa, socialista imaculado. E este logo tratou de pôr a casa em ordem. Desde logo, recusa o neoliberalismo e as imposições absurdas de Bruxelas. E não é que tem sucesso? Senão vejamos:
- O neoliberal Barroso foi corrido. Poderíamos pensar que Juncker não era melhor, mas é um erro. Aliás Juncker mudou muito desde que começou a falar com o Governo português.
- O tipo do Eurogrupo, o tal Dijsselbloem, deixou de ser socialista e passou a ser um nipo-nazi-liberal que, ainda por cima, insulta o pessoal do Sul da Europa, com especial incidência para os portugueses. Por isso o Doutor António Costa já o mandou para casa e está pronto a substituí-lo por um colega de Juncker que, apesar de ser de direita é de esquerda.
As exigências de Bruxelas passaram desde então a fazer sentido e ninguém me tira da cabeça que isso se deve a nós portugueses e, em especial ao Zé Colmeia, quer dizer ao Dr. Centeno, e ao Doutor Costa. Foi assim que conseguimos um défice, agora já confirmado pelo INE, que faz corar de vergonha quase todos os países que não conseguiram uma coisa tão linda e tão bela – o mais baixo défice da democracia.
Só falta saber onde anda a equipa que conseguiu este desarrincanço da nossa Economia. Um deles foi visto nos arredores de Chicago. E há quem jure que foi às aulas da dita escola, mas não pode haver a certeza sobre se a jogada foi estudada ou se estamos perante um instinto natural.
De qualquer modo, estamos bem entregues.
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