O festival de Vilar de Mouros é um caso singular no panorama nacional: não apenas por ter sido o primeiro grande festival de música português, em pleno Estado Novo, mas também por ter resistido, mesmo quando, em diversas alturas, o ‘sonho’ parecia esfumar-se. Desde 1971 já viveu várias pausas, algumas mais prolongadas do que outras; da mesma forma, foi forçado a ultrapassar inúmeras dificuldades, a mais recente em 2024, quando os Queens of the Stone Age cancelaram a sua presença no evento por motivos de saúde de Josh Homme, levando o festival a montar um dia gratuito só com música Made in Portugal. E pur si muove, levando à pacata aldeia de Vilar de Mouros, no concelho de Caminha, todos os anos, um leque considerável de melómanos, alguns deles já caras conhecidas de quem lá está — o homem com boina e barba à Che Guevara, bandeira de Portugal ao ombro; o sénior que dança todos os concertos nas filas da frente, absorto no som...
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