42 anos, casado, duas filhas, escritor, autor do livro "Alentejo Prometido". É licenciado em História e mestre em Ciência Política. Fez investigação académica no IDN e IPRI. Colaborou com o "Público" e "Diário de Notícias". Foi editor da revista "Atlântico". É cronista do Expresso e da Rádio Renascença.
O que é atacado não é a liberdade para opinar num mundo de pluralismo subjetivo, o que é atacado é a própria ideia de verdade enquanto realidade objetiva
Seja qual for o partido no poder, o tecido empresarial português que é dinâmico e que exporta, sobretudo aquele situado entre o Mondego e o Minho, não é captado pelas lentes lisboetas. De resto, esta invisibilidade do país do trabalho e da exportação explica também a invisibilidade das vitórias da direita. Na imprensa de Lisboa, as vitórias de Sá Carneiro, Cavaco e Passos foram sempre surpreendentes porque saíram de um país invisível e sub-representado no espaço mediático
Se os nossos velhos estão a morrer como nunca, debaixo do silêncio de políticos e media, que se comprometeram acriticamente com o #ficaremcasa, as nossas crianças nunca estiveram tão doentes
Na humilhação marialva da mulher, na humilhação autoritária do mais fraco e na impunidade dos poderosos, a Faculdade de Direito de Lisboa conservou até ao século XXI o ar bafiento do Estado Novo
Augusto Santos Silva é presunçoso. Além da presunção de superioridade moral da esquerda, Santos Silva tem a presunção de pensar que é o Maquiavel da pátria, o espertalhão dos jogos políticos. E o seu jogo é este: usar o Chega para chegar a Belém, recriando-se como o grande resistente contra o novo fascismo. Só que o tiro está a sair pela culatra, o Chega é que está a usar Augusto Santos Silva
Se o judaísmo é fechado e não universal, se o judaísmo é uma questão de linhagem familiar, então a ideia de “Estado judaico” é em si mesmo a negação da sociedade aberta assente no direito natural e é, na verdade, a consagração do nacionalismo identitário assente no sangue. Já há aqui uma ironia, e poderá haver uma tragédia: os judeus foram massacrados na Europa precisamente devido a esta obsessão identitária com o sangue, a Gemeinschaft
Costumo dizer isto aos meus amigos de origem privilegiada, eles sabem que é a k7 do Raposo: "a pobreza tem de ser vivida para ser compreendida por completo. Podes ler cem livros sobre a pobreza, mas se não sentes os fedores da miséria, se não ouves o ruído infernal de um bairro pobre onde não existe silêncio e privacidade, se não passas fome ou se passas a vida a comer mal, se não trabalhas num local onde te cansas como um escravo ou animal, se não sabes o que é viver sempre com medo de alguma coisa, então nunca vais perceber a pobreza, nunca. É por isso que na tua empresa ou na tua faculdade devias descer à terra e passar um mês nos trabalhos mais humildes, e devias forçar todos os teus colegas do topo a passar por esse estágio de humildade. Garanto-te que a sociedade ficaria mais justa".