Na vela adaptada com Bento Amaral e Luísa Silvano

Bento - Comecei na vela adaptada em 2001, era um bichinho antigo. Aos 11 anos já andava na vela tradicional, que fiz até aos 25, quando tive um acidente na praia. Ao fazer uma carreirinha no mar bati com o queixo e fiquei tetraplégico. Luísa - O Bento é um exemplo a seguir. Não só conseguiu superar o acidente como está integrado na vida e faz mais do que muita gente que não tem qualquer problema de saúde. Tenho aprendido muito com ele. Bento - Esta parceria com a Luísa é muito curiosa. Passa por uma imposição do organismo internacional que rege a vela adaptada de o barco em que eu estaria apto para velejar ter também uma tripulante feminina. Cheguei a ela há pouco mais de um ano através do fisioterapeuta que temos em comum. Luísa - Tinha muito pouca percepção sobre o que era o desporto para deficientes. A vela nem sequer sabia que era possível. A minha é aquela deficiência pequena que nunca me impediu de fazer nada. Propuseram-me este desafio e eu geralmente costumo atirar-me de cabeça e aceitei. Bento - Sou um felizardo bafejado pela vida, por mais estranho que pareça. Estar no mar dá-me uma sensação de liberdade e de autonomia que não tenho em terra. Sinto-me poderoso por conseguir levar o barco com muita maior facilidade e destreza do que levo a cadeira de rodas. Luísa - Já tivemos uma amostra do que vai acontecer em Pequim , na regata de treino em Maio. Estivemos com a maior parte das equipas que vai participar por isso já temos uma ideia clara de quem vai estar. São pessoas de vários países, com diferentes deficiências. Quando chegamos à linha da largada todos parecemos iguais no mar.

Jogos Paralímpicos 2008