Da sala da direção ao banco de suplentes, Bruno de Carvalho tem sido um verdadeiro “presidente-adepto” em Alvalade. A situação é pouco comum no futebol português mas garante-lhe popularidade. E no domingo em que assinalou o seu terceiro aniversário à frente do Sporting Clube de Portugal, Bruno de Carvalho garantiu que quer mais.
Em entrevista dada ao jornal “A Bola”, o dirigente dos “leões” afirmou que se irá recandidatar à liderança do Sporting Clube de Portugal. Segundo Bruno de Carvalho, a decisão surge motivada por um desejo de estabilidade no topo da estrutura do clube de Alvalade.
“O Sporting Clube de Portugal necessita de estabilidade: basta ver o que se passa noutros clubes”, diz Bruno de Carvalho, lembrando os casos dos “rivais” FC Porto e Benfica. “O FC Porto tem o mesmo presidente há quase 34 anos, o Benfica há 12 anos. A estabilidade é fundamental e prescindir dela seria interromper o crescimento de um ciclo vitorioso que já se iniciou no Sporting Clube de Portugal.”
Da mesma forma que já pede aos adeptos o apoio a um novo mandato, o presidente leonino reitera ainda que a estabilidade é igualmente importante na equipa técnica. E que, por isso, a permanência de Jorge Jesus não está pendente na conquista do título nacional.
“Seria completamente descabido reduzir o melhor treinador da Liga portuguesa e um dos mais cotados do mundo a um troféu”, reiterou, entre elogios rasgados ao técnico. “Jorge Jesus devolveu a alma à nossa equipa de futebol, devolveu a mística vencedora aos nossos atletas e a todos os que envolvem o futebol. Este é o treinador que queremos para nos acompanhar neste processo de solidificação e crescimento que nos fará ser campeões de forma regular.”
Ainda sobre Jesus, Bruno de Carvalho garante que é, na visão para o clube, é muito mais o que os une do que separa. “Já o tenho dito, [Jorge Jesus] é a pessoa que encontrei neste mundo do futebol com maiores afinidades comigo em termos de hábitos de trabalho, de cultura de exigência e de ambição ganhadora.”
Três anos de “permanente incomformismo”
Na mesma entrevista, o presidente dos leões passou em revista o mandato à frente do clube. E apesar da relutância em fazer balanços - “dão a ideia de que nos satisfazemos com o que já foi feito”, disse - o presidente definiu os últimos três anos de Sporting em duas palavras: “permanente inconformismo”.
Sobre os pontos altos do mandato, Bruno de Carvalho não hesitou. “O maior orgulho que é possível ter até agora é ter devolvido aos muitos milhões de sportinguistas em Portugal e no mundo, justamente, o orgulho de serem do Sporting”, afirmou, dando como exemplos a restruturação financeira do clube, os fortes resultados desportivos nas modalidades e a construção - ainda em curso - do pavilhão João Rocha.
Já quando questionado sobre a maior desilusão, o presidente aponta como exemplo principal os “jogos de bastidores” no mundo do futebol. “É pior do que se possa imaginar, o quanto se joga fora das quatro linhas”, revelou o dirigente dos leões. Por agora, promete manter-se irredutível, nas suas ideias como na forma muito caraterística de as defender. “Nunca me calarei na defesa da verdade desportiva e em prol da dignificação e credibilização para o futebol.”
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