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Será que o surf português já encontrou os seus “heróis”?

Frederico Morais, surfista português de 23 anos
Frederico Morais, surfista português de 23 anos
WSL/Poullenot

Frederico Morais e Vasco Ribeiro eliminaram Mick Fanning (número um do ranking e campeão mundial três vezes) e o surfista brasileiro Adriano de Souza, que ocupa a segunda posição no ranking

Será que o surf português já encontrou os seus “heróis”?

Helena Bento

Jornalista

Os portugueses Frederico Morais e Vasco Ribeiro fizeram este domingo aquilo que nenhum outro surfista português conseguiu fazer na história do Moche Rip Curl Pro Portugal, etapa português do campeonato mundial de surf, ao vencerem, respetivamente, o número um e dois do ranking mundial de surf.

Depois de em 2013 ter vencido em Peniche o norte-americano Kelly Slater (11 vezes campeão mundial), Frederico Morais, conhecido por "Kikas", voltou a fazer história ao vencer Mick Fanning (surfista australiano, campeão mundial em 2007, 2009 e 2013), que viu assim cair por terra a hipótese de vir a sagrar-se campeão mundial já em Peniche, na praia de Supertubos. Frederico terminou a prova ("heat") com uma pontuação de 16,03 e apurou-se para a quarta ronda, que se disputa ainda este domingo ao fim da tarde.

Também Vasco Ribeiro, campeão mundial de juniores em título, que compete pela primeira vez no circuito mundial de surf, graças a um convite da organização (recebeu, tal como Frederico, o chamado "wildcard", que permite a surfistas que não competem na liga mundial de surf participar em provas do campeonato), surpreendeu o público em Peniche ao vencer o brasileiro Adriano de Souza (conseguiu 14,36 pontos).

Apesar de não terem arruinado as hipóteses de Fanning e Adriano serem campeões mundiais, Frederico e Vasco conseguiram complicar as contas e tornar ainda mais renhida a luta pelo título. A etapa final do campeonato será disputada no Havai, em dezembro.

Numa entrevista ao Observador, no dia da conferência de imprensa de apresentação do evento, Francisco Spínola, responsável pela organização, disse que a única coisa que faltava ao surf português eram "os heróis". "Tivemos durante muitos anos o Tiago Pires lá sozinho no meio, um guerreiro, a lutar sempre. Agora esse campeão está fora do 'world tour' e precisamos urgentemente de um português no circuito", disse, explicando que esteve recentemente no Brasil, numa competião com praia cheia "e diretos na Globo para não sei quantos milhões de brasileiros" e que isso aconteceu porque os brasileiros têm os seus heróis. Será que Portugal também já encontrou os seus?

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: hrbento@expresso.impresa.pt

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