Para lá do sentido religioso, é a Fé que nos salva?
Não faço ideia, mas acho que não.
Qual é a sua?
Nenhuma.
Foi-se tornando mais cético em relação à humanidade?
Cada vez mais, é só olhar à volta: Trump, Bolsonaro, Salvini, Orbán, e por aí fora.
As mulheres continuam a ser as heroínas dos seus filmes. Há um estoicismo que nunca as abandona?
Há uma disponibilidade que nunca as abandona.
Fátima é sobretudo uma meta que nos permite testar limites?
Fátima é um sacrifício em esforço, como se sem o sofrimento o caminho perdesse o valor.
Gosta da ideia do road movie, como chamaram ao filme em França?
Foot movie, é como lhe chamo.
O cineasta tem sempre expectativa sobre o que o público vê ou depois da obra feita afasta-se?
A minha expectativa é cada vez mais que cada público veja um filme diferente. Não me faz sentido que a interpretação do público seja a minha, e muito menos explicá-la. Para mim, as interpretações são individuais e particulares. Mas gosto muito que gostem do filme à maneira de cada qual.
O que espera que os franceses encontrem no filme?
O que espero está ligado à resposta anterior, espero que encontrem o que encontrarem, e que gostem.
Ainda se surpreende, tantos anos depois, a filmar com a Rita Blanco?
A Dona Rita Blanco é um poço sem fundo de surpresas.
O que vê nesta Europa entre fenómenos populistas e uma apatia generalizada?
Vejo o fim da Europa a médio prazo.
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