Aida Tavares: “Podemos mudar a vida de algumas pessoas”
A diretora artística do São Luiz, em Lisboa, foi reconduzida no cargo. Chegou ao teatro em 2002 pela mão de Jorge Salavisa. O São Luiz assinala os 125 anos ao longo de 2019
Quer deixar marca no seu teatro? Sou uma passageira momentânea. O Teatro, felizmente, é maior do que os que por lá passam.
O que sentiu quando foi reconduzida no cargo? Não se sente, prova-se que se merece, todos os dias.
Podíamos ter aproveitado melhor o legado da Expo-98? Foi um orgulho enorme fazer parte daquele momento. Aproveitámos tudo o que não sabíamos. Somos filhos do que ali aprendemos, da pulsão artística e da responsabilidade cidadã.
Dois ou três homens foram determinantes na sua vida. Veio deles o mesmo ensinamento? Sim, acreditar sempre que a construção da nossa carreira se faz com trabalho diário, honestidade e atenção ao que nos rodeia. Podemos mudar a vida de algumas pessoas e isso é muito.
E dos seus pais, a liberdade? Deles sim, e da restante família e amigos que me apoiam e não me culpam por ausências e silêncios… isso é liberdade.
Faz questão de ter na sua equipa muitas mulheres. Pelo mundo fora estamos longe do equilíbrio? Estamos muito longe, sim. O mundo começa à nossa volta, mas não é só o género que faz o equilíbrio.
A resignação é um sentimento muito enraizado? É. Eu opto por avançar.
Acorda com prazer para ir trabalhar? Todos os dias.
Como vai continuar a festejar os 125 anos do São Luiz? Achando que, com cada espetáculo, participo na defesa da importância história deste teatro e que um destes espetáculos pode operar uma mudança na vida de alguém.
Do seu quintal traz as flores, os limões, a paz… e o que deixa lá? Estão por lá sorrisos, lágrimas, alegria e festa!