PCP em congresso

Situação financeira do partido "é insustentável"

28 novembro 2008 12:44

A afirmação pertence ao líder comunista Jerónimo de Sousa, que não admite mexer no valioso património. Uma das propostas para inverter a situação passa pelo aumento do valor da quota, "tendo como referência 1% do vencimento (ou remuneração)" do militante.

28 novembro 2008 12:44

O PCP admite que a sua situação financeira "é insustentável", mas o secretário-geral dos comunistas pretende que "a situação de tesouraria" seja resolvida mantendo "intocável" o "valioso património" do partido.

A situação financeira é má, as teses a apresentar ao congresso nacional do próximo fim-de-semana admitem resultados negativos de 2,1 milhões de euros, mais de 500 mil euros/ano de 2004 a 2007,e Jerónimo de Sousa defende que é preciso "esforço" e "criatividade" no financiamento do partido.

"Temos de resolver a situação de tesouraria com meios próprios, mantendo esse património que é herança de milhares de militantes que contribuíram para que aqui chegássemos", afirma Jerónimo de Sousa.

O líder comunista admite que o PCP é "um partido com um valioso património - o prédio da sede nacional, em Lisboa, a Quinta da Atalaia, Seixal, onde se realiza anualmente a festa do 'Avante!', e centenas de sedes de Centros de Trabalho espalhados pelo país". Esse "património muito valioso" deve "ser intocável", acrescenta.

De 2004 a 2007, lê-se nas teses, as contas do "partido da classe operária e de todos os trabalhadores" apresentaram "resultados negativos", sendo o "resultado operacional" negativo de 2,1 milhões de euros, mais de 500 mil euros/ano. "A situação actual é insustentável, exigindo o apuramento de orientações" no futuro próximo, lê-se no projecto de resolução política.

As teses propõem, entre outras medidas com vista ao "equilíbrio financeiro", um "aumento das contribuições de eleitos e membros do partido nomeados em cargos públicos" e um aumento do valor da quota, "tendo como referência 1% do vencimento (ou remuneração)" do militante.

É ainda proposto que se responsabilizem "mais camaradas" pela cobrança das quotas em todos os organismos, "tendo como referência um para cada 20 membros do partido", apelando-se ao pagamento por transferência bancária e por Multibanco.