27 novembro 2008 15:57
O Paquistão apelou hoje para que não se acuse ninguém sem provas, após o primeiro-ministro indiano ter sugerido que o grupo terrorista responsável pelos ataques de Bombaim tenha vindo do estrangeiro.
27 novembro 2008 15:57
O Paquistão pediu ao seu rival de sempre, a Índia, para não acusar ninguém sem provas, depois de o primeiro-ministro indiano ter sugerido publicamente que o grupo responsável pelos ataques em Bombaim veio do estrangeiro, referindo-se aos países "vizinhos".
"A nossa experiência do passado ensina-nos que devemos aguardar antes de serem retiradas conclusões precipitadas", respondeu o ministro dos Negócios Estrangeiros paquistanês, Shah Mehmood Qureshi, no canal de televisão privado Dawn TV.
Os autores da série de ataques coordenados perpetrados em Bombaim têm a sua base "fora do país", afirmou hoje o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, sem nomear qualquer país, mas alertando aos Estados "vizinhos" de que a utilização do seu território para este tipo de acções violentas não será mais "tolerado".
Shah Mehmood Qureshi foi entrevistado na Índia, onde se encontra para conversações de paz entre as duas potências nucleares da Ásia do Sul, que se confrontaram em três guerras desde 1947.
O Paquistão é frequentemente acusado pela Índia de ser responsável pelos atentados perpetrados em território indiano ou, pelo menos, de dar apoio aos grupos que os cometem.
Por seu turno, Islamabad denuncia regularmente tentativas de desestabilização por parte do seu vizinho.
"Devemos permanecer calmos, serenos e apoiar-nos mutuamente", acrescentou Qureshi, invocando uma ameaça terrorista "global" que deve ser enfrentada "colectivamente".
Igualmente hoje, um porta-voz do Lashkar-i-Tayyiba, um dos grupos armados islâmicos com base no Paquistão que lutam contra a presença indiana em Caxemira, disse à agência France Press que o seu movimento não estava implicado nos ataques de Bombaim.
Desde 2004 que Índia e Paquistão estão envolvidos num complexo processo de paz.