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Turistas esperam semanas para poder subir a montanha do Pico

Turistas esperam semanas para poder subir a montanha do Pico
Hugo Moreira

O ponto mais alto de Portugal voltou a bater um novo recorde de subidas. Mais de 34 mil pessoas quiseram ver o mundo a partir do cume mais alto do país

O vulcão da montanha do Pico tem 2351 metros de altura. Renato Goulart, 50 anos, já o subiu 2834 vezes. Fá-lo desde criança. É o guia que melhor conhece a montanha mais alta do país, aquela que “foi sempre uma paixão”. Para além de colecionar subidas, coleciona histórias. Pode levar consigo, no máximo, 12 pessoas. Não há duas subidas iguais, garante, e há cada vez mais pessoas a quererem ter essa experiência.

“A montanha do Pico está na moda, quem vem ao Pico tem o desejo de subir o Pico”, começa por dizer ao Expresso. Mas para o fazer, sobretudo na época alta junho, julho e agosto , é preciso reservar cedo. “Subir no dia é impossível e às vezes nem com um mês de antecedência é possível. Há dias em que chegamos à Casa da Montanha e já há lá pessoas que desde as seis horas da manhã para alguma desistência. Aguentam até às duas da tarde e não conseguem subir. E há quem viaje para o Pico e deixe a ilha sem conseguir subir”, conta o guia. E quando o tempo impede as subidas, muito dificilmente quem estava marcado para esse dia consegue fazê-lo em tempo útil, antes de regressar aos seus destinos, devido às reservas que esgotam facilmente.

A maioria dos turistas que sobe a montanha vem da Alemanha, Itália e Espanha. De Portugal continental também há cada vez mais, bem como dos Estados Unidos e Canadá. Renato lidera grupos mas há quem se aventure sem guia. Numa das vezes em que estava no trilho conta que viu “três pessoas a subir o ‘piquinho’ [o ponto mais alto da montanha] sem equipamento”. Nevava lá em cima e a certa altura duas dessas pessoas “estavam penduradas pelas mãos”. Se Renato e o amigo não estivessem por perto, socorrendo-os, “podiam não ter resistido”, assegura.

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