“O que é a arte abstrata?” ecoa numa sala do museu. Lá dentro, uma turma com alunos e professor sentados no chão, as paredes com quadros a observá-los. Este recanto está temporariamente vedado aos visitantes, mas aberta ao conhecimento que o MUDAS – Museu de Arte Contemporânea da Madeira quer passar à comunidade.
Márcia de Sousa, a diretora, traça o panorama num dia mais desassossegado, entre a desmontagem de uma exposição e a preparação da seguinte: “Desde a nossa vinda para a Calheta temos outros meios, que nos permitem trabalhar mais próximo da comunidade. Estando nós a 30 minutos de distância da capital de distrito, num território ultraperiférico, onde a literacia para o consumo cultural nem sempre é a mais ampla, o nosso trabalho aqui, para além da programação cultural, tem uma forte componente pedagógica”.
Senta-se numa das cadeiras do edifício desenhado pelo arquiteto Paulo David, que parece suspenso sobre o mar. O MUDAS está aqui instalado desde 2004. Antes esteve na Fortaleza de São Tiago, no Funchal, e mudou-se para a Calheta ocupando o edifício destinado a um centro de artes. Já leva 30 anos de vida e a chegada à Calheta implicou novos desafios. “Trabalhamos com muitos artistas em contexto regional e nacional, procurando dar espaço à dinâmica cultural e trazer novidade, quebrando a ideia de que vimos um museu uma vez não precisamos de lá voltar. Queremos ser um ponto de paragem obrigatório na Calheta”, aponta.
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