O ano 2010 não ficou célebre apenas pelo primeiro resgate de um país em solo do euro. Em torno da salvação in extremis da Grécia de uma iminente bancarrota girou um pequeno enxame de palavras que se tornaram obrigatórias no discurso político e na análise económica.
A galeria incluía, então, o ajustamento orçamental (vulgo austeridade), a troika de credores, o MoU (memorando de entendimento com a troika), o acrónimo insultuoso dos PIGS lançado pela revista The Economist (ou PIIGS numa versão alongada), a condicionalidade (as condições draconianas colocadas às economias resgatadas) e o rating lixo (junk) das dívidas.
E ao baú da história foi-se buscar a famosa TINA (“There is no alternative” - Não há alternativa). Inventada pelo filósofo inglês Herbert Spencer nos idos do século XIX, então um defensor do liberalismo económico, ressuscitada muitas décadas depois pela ‘Dama de Ferro’, a antiga primeira-ministra britânica Margaret Thatcher.
Mas, entre todas elas, a austeridade tornou-se a bússola da política económica e financeira. Teve a dar-lhe brilho teórico a ajuda das investigações académicas de Alberto Alesina (entretanto falecido em 2020) e de Kenneth Rogoff, ambos professores da Universidade de Harvard, em Boston.
A austeridade tornou-se a bússola da política económica e financeira. Teve a dar-lhe brilho teórico as investigações académicas de Alberto Alesina e de Kenneth Rogoff, ambos professores da Universidade de Harvard, em Boston.
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