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É uma escola? É um museu? É a Universidade de Coimbra, património Mundial da UNESCO

É uma escola? É um museu? É a Universidade de Coimbra, património Mundial da UNESCO
José Fernandes

A cumprir uma década de classificação da UNESCO, a Universidade de Coimbra enfrenta o desafio de harmonizar o turismo com o património. Viagem pelos espaços da instituição, que este ano caminha para o número de visitantes pré-pandemia

Marina Almeida e José Fernandes

Os finalistas de direito trajados a rigor alinham-se na imponente escadaria do Paço das Escolas, epicentro da Universidade de Coimbra. Têm o fotógrafo oficial a postos e ensaiam o atirar das capas pretas ao ar, em simultâneo, gesto que ficará para a posteridade na fotografia de fim de curso. Neste compasso de espera, chega um grupo de turistas norte-americanos. Erguem os telemóveis, mirando os estudantes pelo ecrã, alargando a equipa de fotógrafos daquele momento da vida académica. Um dos finalistas exibe uma folha A4, providencialmente escrita e guardada na pasta: “foto 2 euro”. Os turistas hesitam por uns segundos, mas a guia diz-lhes pelos intercomunicadores que todos têm no ouvido que é brincadeira, podem tirar fotos.

A vida na universidade mais antiga do país é feita destes momentos: os estudantes na sua vida, os turistas atrás das vidas deles, a caminho da Biblioteca Joanina ou do Palácio Real. Em 2022 foram perto de 313 mil os visitantes que aqui passaram. A classificação da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia, como património Mundial pela UNESCO há uma década, trouxe mais visibilidade a este conjunto histórico-cultural, tendo sido 2017 o ano recorde, com mais de meio milhão de turistas. Este ano há a expetativa de se bater este número. Em abril visitaram a UC mais de 32 mil pessoas.

“Somos uma universidade há 700 anos e queremos continuar a ser. É um desafio muito grande do ponto vista do património”, admite o vice-reitor para o Património, Edificado e Turismo, Alfredo Dias. Dos 32 edifícios classificados, 22 são da universidade (nem todos são visitáveis). “Este complexo do Paço das Escolas era Monumento Nacional, já havia obrigação de preservar. Com a classificação [da UNESCO] veio uma maior visibilidade e responsabilidade na conservação. Atrai mais gente, o que às vezes tem inconvenientes”, refere. Por isso, há restrições ao número de visitas por hora, só podendo cada grupo ter 45 pessoas a cada 20 minutos (135 visitantes por hora).

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