“Apanhei!!!”, grita Lucas. “É uma Carnaval!”. Está de joelhos no chão segurando a rede onde tem momentaneamente cativa uma borboleta. Espera que a bióloga Ângela se aproxime, para recolher cuidadosamente o exemplar para um frasco de plástico transparente, com uma lupa na tampa. A borboleta, um exuberante exemplar de cor preta, creme e pintas laranja, para finalmente de esvoaçar no cativeiro e deixa-se analisar. Confirmado: é uma borboleta-carnaval, nome científico zerynthia rumina. Poucos minutos depois, voltaria a voar.
É assim a cada dez dias. Entre março e setembro, Ângela Cordeiro, bióloga e especialista em borboletas, e Isabel Sá, engenheira do ambiente, percorrem o trilho junto às margens do Rio Angueira, em Serapicos, concelho de Vimioso, a contar borboletas. Hoje, tiveram dois entusiásticos ajudantes: Lucas, de sete anos, e Violeta, de onze. Estão em férias escolares e participam numa das atividades de sensibilização ambiental da associação Aldeia (de que Isabel é presidente) em parceria com o PINTA - Parque Ibérico Natureza e Aventura (em que Ângela é técnica).
“É uma iniciativa de ciência cidadã, onde marcamos os percursos como este de Serapicos. Fazemos saídas de campo para observação e contagem de espécies, que inserimos numa plataforma europeia que nos dá dados muito interessantes. Em fevereiro, estivemos em Avis, num encontro de contadores nacionais de borboletas diurnas, e este foi o percurso onde foram contadas mais borboletas em número de espécies”, explica Isabel Sá. “Nas diurnas temos à volta de 137 espécies em Portugal. Nós aqui temos 60”, precisa Ângela Cordeiro.
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