Há seis meses que uma turma de 12 alunos estreia as instalações da academia Lusofly, em Bragança. Sonham em ser pilotos e ali trilham esse caminho. Um curso novo, fruto do sonho de um ex-comandante da TAP, que tira partido das condições únicas do aeródromo bragantino. Custa 71 mil euros e quer dar resposta à falta de pilotos na aviação.
Tomás Cataludo é o aluno número 1. Veste impecável farda: calça azul-escura, camisa branca, gravata e casaco, também azul-escuro. Tem uma presença elegante, usa óculos modelo aviador e podia quase passar por tripulante de um avião, não fora nas costas do casaco ter escrito Lusofly Academy. E, também, a idade – apesar de Tomás juntar ao corpo e sorriso jovem uma tenacidade crescida. Tem 18 anos, é natural de Olhão, no Algarve. Atravessou o país todo para estudar em Bragança porque quer ser piloto de aviação comercial. “O mais rápido possível”. Sorri. Leva a vida com uma aparente leveza.
O gosto pelos aviões começou cedo, fruto das viagens que fazia com a família. Não visitava o cockpit, mas ficava sempre no lugar da janela, onde, a cada viagem alimentava a curiosidade. “Tirava fotos aos aviões e comecei a pesquisar como é que um avião voava, porque é que voava, e ganhei o gosto”, conta numa curta pausa da aula de Human Performance Limitation. É a única do curso com um instrutor local, lecionada por um médico da cidade. Ensina as reações do corpo humano em altitude. Por exemplo, o que fazer quando acontece uma despressurização no avião.
“O curso é difícil, temos de estudar muito, muitas horas, mas consegue-se”, diz o jovem aspirante a piloto, que diz não se assustar com os desafios da profissão, ou com o sangue-frio que é preciso para lidar com situações mais delicadas. “Pelo menos, nós estamos ao comando e temos o conhecimento para tirar o avião daquela situação”.
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