Zazu, Ervilha e Feijão: estes três cães ajudam alunos de Gaia “a ter calma e amor ao próximo”
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ANIMAIS
Um projeto de cães de assistência em curso desde dezembro de 2022 ajudou seis alunos com dificuldades da Escola Secundária Inês de Castro, em Vila Nova de Gaia, a melhorar as notas, assiduidade e comportamento
Ao início da tarde de sexta-feira, seis alunos desta escola prescindem da brincadeira para aprender com os cães da associação Ânimas e participam no projeto “Confia”. Neste dia, interagindo com o Zazu, um golden retriever de dois anos.
Este é “um projeto pioneiro na escola pública portuguesa”, explica a diretora Manuela Carvalho, que envolve “alunos do 3.º Ciclo e do secundário, sendo as idades entre os 13 e 16 anos”. Todos rapazes.
Aqui, o lado emocional é muito mais estimulado e eles são outros. Há uma oposição completa entre o estar no dia-a-dia e quando estão a interagir com o Zazu, a Ervilha ou o Feijão”, explicou a diretora.
Catarina Cascais é, semanalmente, quem surge às 14:00 com o cão e explicou à Lusa que o projeto pretende “trabalhar competências sociais e escolares (…) através da alteração do padrão do comportamento”.
“São alunos que entre eles não têm nenhuma ligação sem ser a que se começou a construir aqui no projeto. Aquilo que pretendemos trabalhar é uma série de benefícios ao nível da ansiedade social”, acrescentou
O facto de os cães não “julgarem” cria “um ambiente livre de julgamentos onde eles [os alunos] são capazes de trabalhar o respeito mútuo, o respeito próprio e, através da interação com o cão, trabalhar a autoestima, a metodologia, a paciência e a resistência à frustração”, explica a tutora do cão Zazu
Cinco meses depois de começar o projeto, em termos de resultados, o que tem sido reportado “é que a motivação para a escola já está a aumentar, há melhoria nas notas e uma diminuição da agressividade entre eles”, revelou Catarina Cascais.
Mais disponível para interagir com o cão do que com vontade para falar à Lusa, Filipe, de 14 anos, aluno do 8.º ano, revelou ter aprendido “a ter paciência, a ter calma, a saber esperar e a ter amor ao próximo”, enquanto ao lado, Martim, de 13 anos, aluno do 7.º ano, disse que “aprendeu a ficar calmo, a não se chatear e a não gritar nas aulas”, confessando, contudo, que isso “só acontece nos dias em que está com o Zazu”
“Dava-me jeito ter mais vezes o Zazu na escola”, confessou antes de todos se deitarem todos no solo num abraço ao cão que fez deles um grupo com muita vontade de mudar.
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WEBSTORY: TIAGO SERRA CUNHA
TEXTO: LUSA
FOTOGRAFIAS: JOSÉ COLEHO/LUSA
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