"The Last of Us": O Expresso conversou com os atores que interpretam o casal gay da série do momento
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“The Last of Us”, a série que estreou a 15 de janeiro, tem sido um sucesso na HBO e é a adaptação televisiva de um popular videojogo.
É sobre um homem de 50 anos (Joel) que tem de atravessar os Estados Unidos com uma adolescente (Ellie) sem serem infetados ou devorados por um zombie-que-não-o-é-bem, nem assaltados, violentados ou assassinados por aqueles que lhe sobreviveram.
Ao contrário do que é habitual no género de apocalipses zombie, aqui o causador do fim do mundo é um fungo real — o cordycep — mas que existe num contexto ficcional. No mundo animal, este fungo consegue transformar pequenos insetos em zombies de verdade. No mundo real, os seres humanos estão imunes a ele.
Já no de “The Last of Us”, as alterações climáticas conduziram a uma mutação do fungo e causaram uma pandemia. Sem vacina nem cura, só restou aos governos bombardear as cidades para tentar minimizar a infeção.
A série passa-se 20 anos depois desse fim do mundo, em que a Natureza tomou conta das cidades abandonadas e poucas comunidades se conhecem. Há motivos para acreditar que Ellie é a chave para encontrar uma vacina.
“The Last of Us” chega à televisão pela mão de Neil Druckmann, o criador do jogo original, que aqui se aventura em território novo, e de Craig Mazin, um veterano que ficou conhecido por ter escrito e produzido a série “Chernobyl” para a HBO.
Nick Offerman e Murray Bartlett são dois sobreviventes que se apaixonam em pleno fim do mundo. Nick interpreta Bill, um libertário que desconfia do governo, é apaixonado por armas, autossuficiência, liberdade e teorias da conspiração. Murray é Frank, personagem que no jogo só está morto e que vamos conhecendo através de fotografias e cartas que os jogadores encontram no caminho
No jogo, em que a relação entre ambos é mais do que o companheirismo que junta dois amigos, tudo fica apenas apenas sugerido. Na série, Frank fica preso numa das armadilhas de Bill. Ambos eram personagens secundárias que se veem protagonistas de um episódio que se vê como um filme autónomo.
“É surpreendentemente bonito e inesperado”, diz Murray Bartlett. “Não é uma relação tipicamente queer. De muitas maneiras, evita até esses estereótipos. Penso mesmo que, pela forma como evita estereótipos, este episódio é único no cinema e na televisão.”
À medida que o mundo exterior morre, surge a questão se para um libertário antissocial como Bill isso representaria uma espécie de paraíso. “O Bill odeia pessoas, ele sente muita dor. Quando todas as pessoas desaparecem, ele fica agradecido a Deus. Mas o que o público vai depois perceber é que ele tem um lado vulnerável”, diz Nick. “E o mundo de Frank e Bill também começa a ruir.
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TEXTO: MARKUS ALMEIDA
WEBSTORY: RITA COELHO
FOTOGRAFIAS: HBO
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