Simão Correia já fez o transplante de medula e poderá ter alta em breve: "Tenho passado os meus dias com a guitarra na mão"
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Simão Correia, de 23 anos, foi diagnosticado com uma leucemia linfoblástica aguda tipo B. Esteve à procura de dadores de medula óssea durante meses mas, como não pôde esperar mais, o dador acabou por ser o próprio pai, com 58% de compatibilidade - não o ideal (90 ou 100%), mas o dador possível.
Com a infusão de células marcada para "finais de abril, inícios de maio", Simão garante agora ao Expresso que o transplante já foi feito e que correu bastante bem, estando tudo a desenrolar-se dentro da normalidade.
"Estou neste momento internado, no dia 15 pós-transplante e no 28.º dia de internamento. O transplante em si correu bastante bem, fiz uma ligeira febre no dia a seguir, mas não quer dizer que tenha sido forçosamente por causa do transplante. Posso simplesmente ter apanhado uma pequena bactéria", explicou, acrescentando que agora, na fase do internamento, resta esperar. E as notícias têm sido boas por parte dos médicos.
"O internamento tem corrido bem e sem grandes alterações até ao momento", revelou ao Expresso, admitindo ainda que, se tudo correr como até agora, a alta hospitalar poderá estar para breve.
"Esta fase também é meio 'chata', porque fisicamente estou bem (e ainda bem). No entanto, só poderei ter alta quando tiver valores aceitáveis para ir lá para fora. A perspetiva dos médicos é entre uma semana e meia e duas até à tão desejada alta", disse Simão, sabendo que tudo depende de como o corpo vai reagindo à medicação.
"Claro que tudo depende de como reajo a possíveis coisas que possam aparecer e ao 'fator de crescimento', o Filgrastim, que estou a tomar todos os dias, para dar um boost aos meus glóbulos brancos e à nova medula que já cá circula!", sublinhou. E, uma vez que só lhe resta esperar até ter alta hospitalar, há que passar o tempo a fazer coisas de que gosta: dedicar-se à música.
"Tenho passado os meus dias com a guitarra na mão a compor, a cantar e a tocar. E estou super motivado para poder voltar às minhas coisas e rotinas. Quando não estou na guitarra, estou no computador entretido ou a ouvir música", revelou.
Antes de ter feito o transplante, com o próprio pai como dador graças a uma técnica criada em Itália - "transplante alogénico de progenitores" -, Simão Correia já havia confessado ao Expresso o amor que tem pela música.
Enquanto aguardou pela infusão de células, Simão, recorde-se, espalhou o seu talento. Quando partilhou a sua história, pegou na guitarra e fez uma canção que foi depois escolhida em jeito de apelo à doação de medula, intitulada 'Até ao Fim', que chegou a cantar na redação do Expresso. E foi aí que tornou a ligação à música num caso sério: começou a ser agenciado pela produtora Estúdio Zeco, do músico João Só.
Simão já apresentou em público canções originais, bem como músicas que têm sido importantes na sua vida. E também já entrou em palco no Espaço Moche, em Lisboa, em abril, com artistas convidados como Ana Bacalhau e Carolina de Deus, numa série de três concertos esgotados.
Recentemente, os D'ZRT juntaram-se também a Simão Correia numa campanha que apelou à consignação do IRS para a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL). Para apelar à doação de 0,5% do IRS e também de medula óssea, a propósito do caso de Simão, lançaram uma versão especial da música 'Herói por um dia', tema da boyband.
Simão esteve em fevereiro no Expresso da Manhã, onde contou a sua história e cantou 'Até ao Fim'
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WEBSTORY: PEDRO ALMEIDA
FOTOGRAFIAS: DIVULGAÇÃO; D.R.
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