Sentença histórica: caçador espanhol condenado a pena de prisão por matar lince ibérico intencionalmente
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INTERNACIONAL
Um caçador espanhol matou intencionalmente a tiro um lince ibérico e foi condenado a uma sentença nunca antes vista: dois anos e um dia de pena de prisão. Tudo aconteceu quando caçava perdizes numa propriedade em Badajoz.
Manuel R.L. havia sido informado pelas autoridades da reintrodução da espécie ameaçada naquele habitat natural, no âmbito do programa europeu de proteção do lince ibérico, destaca a revista Visão.
No entanto, e segundo a sentença, isso não o impediu de "disparar com a intenção de causar a morte" quando o animal se aproximou da armadilha que usava para caçar perdizes.
De acordo com o El País, Querubín, assim se chamava o lince, foi alvejado numa área "sem vegetação e com amplo campo de visão".
Como se não bastasse, a autópsia revelou que o animal não foi baleado uma ou duas, mas sim 80 vezes, principalmente no crânio, tórax e membros anteriores.
Consciente das consequências da atrocidade que cometeu, Manuel R.L. pediu a um funcionário que escondesse o cadáver do lince numa propriedade vizinha.
A unidade de proteção da natureza da Guarda Civil acabou por descobrir os restos mortais do animal.
O caso remonta a fevereiro de 2019 e está em causa um crime contra a fauna, agravado por ter sido cometido contra uma espécie em risco de extinção.
Além de dois anos de prisão, Manuel R.L., que se declarou culpado, também foi condenado a pagar uma multa de 114 mil euros e ficou proibido de caçar durante quatro anos.
O funcionário que tentou esconder o cadáver de Querubín também foi condenado a um ano e seis meses de prisão.
Ambas as penas são passíveis de recurso.
Contudo, a investigação continua para descobrir o paradeiro de Quitapon, irmão de Querubín, que permanece desaparecido.
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WEBSTORY: EMÍLIA CARDOSO,
EDITADO POR PEDRO ALMEIDA
FOTOGRAFIA: GETTY IMAGES
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