Saúde mental dos estudantes posta em causa devido à inflação
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Um inquérito divulgado esta sexta-feira (24 de março), Dia Nacional do Estudante, pela Federação Académica do Porto (FAP), revela que quase três quartos (74%) dos alunos inquiridos sentiram um declínio significativo da saúde mental durante este ano letivo, sendo os bolseiros os mais afetados.
As duas principais razões apontadas para a deterioração do bem-estar psicológico são a pressão sentida no desempenho académico e o aumento do custo de vida.
“O futuro profissional também está presente entre os fatores de perturbação da saúde mental dos estudantes, com 35% dos inquiridos a sentirem que as suas perspetivas de carreira são inalcançáveis. Adicionalmente, 26% dos estudantes mostram-se afetados com o receio de não encontrar emprego”, detalha a FAP.
Relativamente ao aumento do custo de vida, quase um quarto (24%) dos estudantes já pensou em desistir da universidade por motivos financeiros.
“Esta percentagem é preocupante, uma vez que revela a existência de um conjunto de estudantes que não se encontra apoiado pelo sistema de ação social direta, mas que está a sentir dificuldades financeiras ao ponto de ponderar desistir de estudar”, afirma a FAP em comunicado.
Com a inflação instalada, muitos estudantes admitiram terem reduzido a frequência com que vão às compras e reduzido gastos no supermercado.
Alguns alunos comem menos e pior, pois veem-se obrigados a comprar produtos mais baratos e com menos qualidade nutricional.
Estes aspetos traduzem-se numa insatisfação por parte dos estudantes e no declínio da saúde mental, pois sentem-se sem apoio e sem perspetivas em relação ao futuro.
O inquérito, com o título "Os Custos da Inflação no Ensino Superior" foi desenvolvido entre 16 e 21 de março e contou com 1277 participantes.
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TEXTO: MARA TRIBUNA
WEBSTORY: EMÍLIA CARDOSO,
FOTOGRAFIA: GETTY IMAGES E JOSÉ COELHO
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