Papa Francisco: “Ninguém se escandaliza se dou a benção a um empresário que explora pessoas, mas escandalizam-se se der a um homossexual"
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IGREJA
Num dos passos mais firmes no processo para tornar a Igreja Católica mais inclusiva em relação à comunidade LGBTQI+, o Papa Francisco anunciou, em dezembro do ano passado, que ia permitir que padres abençoassem casais homossexuais.
O anúncio fez parte da declaração "Fiducia supplicans", sobre o significado pastoral das bênçãos, publicada pelo Dicastério para a Doutrina da Fé no site da Santa Sé.
Esta quinta-feira (8), em entrevista à revista italiana Credere, voltou a falar dessa questão, sublinhando que os críticos não podem ser "hipócritas". "Ninguém se escandaliza se eu dou a benção a um empresário que explora pessoas, mas escandalizam-se se der a um homossexual", disse.

Alguns sacerdotes, recorde-se, já abençoavam um grande número de pessoas, oferecendo uma oração pedindo a “presença de Deus”, mas o Vaticano vinha mantendo declarações contraditórias em relação a casamentos homossexuais.
"Isto é hipocrisia! Todos temos de nos respeitar uns aos outros. Todos! O cerne do documento é o acolhimento", concluiu o Papa Francisco, respondendo aos que criticam a sua decisão.
A nova orientação não pretende, porém, alterar “a doutrina tradicional da Igreja sobre o casamento”. Pelo contrário, argumentou o cardeal Víctor Manuel Fernández, Prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, que assina a introdução do documento: “É precisamente neste contexto que se pode compreender a possibilidade de abençoar casais em situações irregulares, e casais do mesmo sexo, sem validar oficialmente o seu estatuto ou alterar de alguma forma o ensinamento perene da Igreja sobre o matrimónio".
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FOTOGRAFIA: ALDEIASDOXISTO.PT
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