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Os números são avassaladores: houve 131 tiroteios em massa nos EUA em apenas três meses
Em 2019 eram os acidentes de viação a principal causa de morte de crianças e adolescentes nos Estados Unidos (EUA), mas em 2020 passaram a ser os tiroteios em massa, de acordo com dados do The New England Journal of Medicine.
Segundo a mesma publicação científica, entre 2015 e 2019 houve um aumento constante na taxa de mortalidade de crianças e adolescentes associada ao porte de arma de fogo. Mas registou-se um crescimento mais acentuado entre 2019 e 2020. Um aumento de 29%, o que representa uma diferença superior a 4000 mortes.
Na rede social Twitter, Sam Ghali, médico, alertou para o facto de atualmente ser esta "a 'doença' que mais mata crianças e adolescentes nos EUA", mostrando um raio-x ao tórax de uma jovem, em que é possível ver uma bala.
Esta segunda-feira (27) mais três crianças morreram num tiroteio - além de outros três adultos -, numa escola em Nashville, no estado do Tennessee. Este é já o 131.º tiroteio em massa nos EUA desde o início do ano, de acordo com dados do Gun Violence Archive, que define um tiroteio em massa quando pelo menos quatro pessoas são baleadas, excluindo o atirador.
O ataque ocorreu num momento em que as comunidades em todo o país recuperam de uma onda de violência escolar, incluindo o massacre numa escola primária em Uvalde, no Texas, no ano passado; ou um tiroteio na semana passada em Denver.
Os Estados Unidos, onde circulam aproximadamente 400 milhões de armas de fogo, são frequentemente afetados por tiroteios mortais, inclusive em escolas.
Desde o início de 2023, foram registados pelo menos 30 incidentes envolvendo armas de fogo em escolas nos EUA, que deixaram oito mortos e 23 feridos, segundo dados da organização "Everytown for Gun Safety".
Jason Goldstick, professor de comportamentos e saúde na Michigan Medicine, já dizia, em 2022: "continuamos a falhar em proteger a nossa população mais jovem de uma causa de morte evitável”. E, em 2023, os números continuam avassaladores.
Segundo a BBC, que cita dados do Gun Violence Archive, já são, no total, quase 10 mil mortes por armas de fogo no país só este ano - não só em escolas. Entre as crianças até aos 11 anos, 59 foram mortas e 130 ficaram feridas. Quanto a adolescentes, dos 12 aos 17 anos, o número é maior: 344 mortos e 827 feridos.
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WEBSTORY: PEDRO ALMEIDA
TEXTO: EXPRESSO E LUSA
FOTOGRAFIAS: TWITTER/SAM GHALI, M.D.; BRENDAN SMIALOWSKI/GETTY IMAGES
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