Há uma nova série da Netflix que esta a causar polémica — e ainda nem se estreou.

Trata-se de “Rainha Cleópatra”, uma série documental sobre Cleópatra VII. Qual é o problema? A rainha aparece retratada como uma negra africana e o Egito está descontente.

O advogado Mahmoud al-Semary apresentou uma queixa em que acusa a série de violar as leis dos ‘media’ e de tentar “apagar a identidade egípcia”, avança a BBC. Pediu ainda ao promotor público que tome “as medidas legais necessárias” e “bloqueie o acesso à Netflix no Egito”.

Adele James, a atriz que representa a rainha, já reagiu à situação. “Se não gostam do elenco, não vejam a série”, escreveu numa publicação no Twitter onde mostrou capturas de ecrã de comentários abusivos.

Esta semana, a empresa norte-americana explicou no seu site oficial que a escolha de uma atriz negra para interpretar a rainha Cleópatra é “uma referência ao debate de séculos sobre a raça da governante”.

"Isso é completamente falso. Cleópatra era grega, o que significa que ela tinha pele clara, não negra", disse Zahi Hawass, egiptólogo e ex-ministro de antiguidades, ao jornal al-Masry al-Youm. Acrescentou ainda que os únicos governantes negros conhecidos no Egito foram os reis kushitas da 25.ª Dinastia.

Cleópatra nasceu na cidade egípcia de Alexandria, em 69 aC. A identidade da sua mãe não é conhecida, e alguns historiadores dizem ser possível que fosse indígena egípcia ou de outro lugar em África, lê-se no site da BBC.