Ginásio para o cérebro? Existe e conta com a ajuda da tecnologia. Saiba qual é
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O cérebro não é um músculo, mas também necessita de ser treinado, independentemente da idade.
No Cacém, existem aulas de ginástica cerebral que trabalham a estimulação e reabilitação cognitiva dos maiores de 65 anos, através de tecnologias inovadoras.
Desta forma, promove-se o bem estar e combate-se o isolamento, em simultâneo.
Desde 2018, já participaram 549 séniores nestas aulas de ginástica cerebral que são baseadas na prevenção de degeneração cerebral associada ao envelhecimento.
"Este projeto surgiu da necessidade de dispormos de uma estrutura comunitária e de proximidade no âmbito da saúde mental, promotora do envelhecimento ativo e da prevenção de quadros demenciais", explicou Catarina Pombo, a coordenadora, ao Expresso.
O processo começa com uma avaliação multidimensional pela equipa multidisciplinar – composta por um psiquiatra, um enfermeiro, uma neuropsicóloga e um psicomotricista.
De seguida, é desenhado um plano de treino personalizado: as sessões decorrem duas vezes por semana e o programa tem a duração mínima de três meses, mas pode ser alargado em função dos objetivos.
As aulas “assentam em terapias não farmacológicas inovadoras”: o treino cognitivo computorizado, a roboterapia e a intervenção com videojogos numa plataforma de realidade aumentada.
Este projeto teve o apoio da câmara municipal e da parceria com o Instituto de Sistemas e Robótica do Instituto Superior Técnico, que foi crucial para o desenvolvimento dos recursos utilizados.
“Conseguimos gerar maiores níveis de adesão e motivação nas aulas de ginástica cerebral, comparativamente a abordagens mais tradicionais".
Na maioria dos casos, as pessoas são encaminhadas para o ginásio por juntas de freguesia e “estruturas da comunidade que atendem idosos”.
Já outros são “referenciados por unidades hospitalares e também encaminhados a partir de consultas de neurologia e psiquiatria para estimulação cognitiva”, refere Carla Pombo.
Alda Ramos, 74 anos, afirma que começou a sentir “muitas diferenças” no dia a dia. “Fiquei muito melhor. A memória e o cálculo desenvolvi muito. Ajudou-me imenso.”
Além da melhoria no desempenho cognitivo, os resultados são benéficos ao “combater sentimentos de solidão, diminuir sintomatologia depressiva e aumentar o bem-estar e a qualidade de vida”, retrata Cátia Gameiro, neuropsicóloga do ginásio.
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TEXTO: SOFIA CORREIA BAPTISTA
WEBSTORY: EMÍLIA CARDOSO,
EDITADO POR PEDRO MIGUEL COELHO
FOTOGRAFIAS: GETTY IMAGES
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