Desempregados são 'estrelas' de peça de teatro que estreia em Santiago do Cacém
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Cinco profissionais desempregados ganharam temporariamente trabalho e são as ‘estrelas’ de uma peça de teatro, com estreia marcada para sexta-feira em Santiago do Cacém, no distrito de Setúbal, que procura retratar “uma sociedade orientada para a produtividade”.
O espetáculo, que será apresentado em duas sessões, na sexta-feira e no sábado, no Auditório Municipal António Chainho, resulta do projeto Produktivismo, da companhia Mala Voadora que desenvolve em Santiago do Cacém o programa Campilhas Internacional.
As cinco pessoas, que se encontram “num momento de pausa” profissional, foram desafiadas a integrar o projeto e a mostrar “uma visão sobre o mundo do trabalho que transcende o habitual positivismo”.
Através da performance, a companhia de teatro quer dar “mais voz a uma questão que às vezes é tabu” e que, em muitos casos, é vivida “de uma maneira mais intima [e] mais solitária”, revela a diretora artística, Lígia Sousa, em declarações à agência Lusa.
Durante seis semanas, de segunda a sexta-feira, “em horário de expediente”, Fátima, Carlos, Paula, Vitória e José, todos desempregados e com idades entre os 30 e os 50 anos, desenvolveram relações e partilharam experiências para “fazer do seu tempo, um projeto de teatro”.
Todos os dias, numa pequena sala da Biblioteca de Santiago do Cacém, os novos atores, recrutados através do Centro de Emprego de Sines, juntaram-se à diretora artística, para fixarem uma estrutura. A partir “das palavras e das conversas”, transformaram as suas profissões em matéria de espetáculo, realça.
“Nas primeiras semanas contaram as suas experiências profissionais e tentámos coser estes remendos”, conta Lígia Sousa, enquanto prepara o cenário com poucos adereços para o ensaio do dia, que a Lusa acompanhou.
Em palco, um serralheiro irá́ trabalhar o metal, um auxiliar de saúde irá auxiliar, um repórter irá reportar, uma feirante irá feirar, uma empregada de limpeza irá limpar, utilizando “elementos decorativos” para “martelar com flores” ou “varrer com palmeiras”, explica.
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WEBSTORY: EXPRESSO
TEXTO: LUSA
FOTOGRAFIAS: TIAGO CANHOTO/LUSA
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