O Ministério da Igualdade de Género e da Família da Coreia do Sul aprovou uma medida para os "jovens isolados" e vai oferecer-lhes cerca de 440 euros por mês, com o objetivo de os incentivar a sair de casa.

Segundo avança o The Guardian, este apoio é dirigido a quem tiver entre 9 e 24 anos de idade e sofra de isolamento social extremo, também conhecido como hikikomori - comportamento de isolamento extremo em casa.

O objetivo do governo coreano é tentar que os jovens que estão a isolar-se de uma forma extrema saiam de casa para ir, por exemplo, à escola, à universidade ou ao trabalho - e não fiquem "fechados". Este pacote de medidas aprovado inclui também um subsídio para experiências culturais para adolescentes, bem como ajuda com material escolar.

De acordo com o Instituto Coreano de Saúde e Assuntos Sociais, muitos jovens isolam-se como forma de lidar com problemas que existem no seio familiar, nomeadamente violência doméstica, entre outros.

O The Guardian conta a história de dois jovens que partilharam os seus problemas familiares: um que se isolou porque a família "faliu"; outro por razões de violência. “Quando eu tinha 15 anos, a violência doméstica deixou-me tão deprimido que comecei a viver isolado. Uma pessoa letárgica que dorme a maior parte do tempo ou não tem escolha, a não ser comer quando está com fome e voltar a dormir", pode ler-se num dos testemunhos.

De acordo com um comunicado emitido pelo governo coreano, esta medida foi aprovada “para permitir que os jovens isolados recuperem as suas vidas quotidianas e se reintegrem na sociedade”.

A Coreia do Sul está a enfrentar uma descida muito acentuada e rápida da taxa de natalidade, apresentando também uma alta taxa de desemprego entre os jovens. Este é o único país do mundo, recorde-se, com uma taxa de fertilidade abaixo de um, com as mulheres a optarem por não ter filhos devido às dificuldades económicas.