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Klarna atinge 400 mil utilizadores em Portugal e aposta nas compras sustentáveis

Klarna atinge 400 mil utilizadores em Portugal e aposta nas compras sustentáveis

A empresa sueca, uma das maiores fintech do mundo, tem uma nova funcionalidade que permite saber se a loja que lhe vende um aparelho eletrónico é ou não amiga do ambiente. Ao Expresso SER, o country manager relevou que a Klarna já tem 400 mil utilizadores com conta ativa em Portugal, mercado onde regista mil transações por dia, com um valor médio de compra de 114 euros

Foi em novembro de 2021 que esta fintech (empresa de serviços financeiros digitais) chegou a Portugal e tem registado um crescimento exponencial de utilizadores. Alexandre Fernandes, country manager da Klarna em Portugal, revelou ao Expresso SER que, no primeiro ano da operação, a empresa alcançou “a meta dos 400 mil utilizadores portugueses com conta ativa de utilização dos serviços” e que “são já mais de 1.000 as marcas que proporcionam aos seus consumidores a utilização da Klarna em Portugal”, desde a Parfois, Prozis, Samsung, H&M, Gato Preto, Xiaomi, Sklum, entre outras.

A nível de compras, o responsável revelou que em Portugal, a empresa conta com uma média de 1.000 transações por dia, com um valor médio de compra de 114 euros.

Esta semana, a fintech sueca lançou um novo serviço na sua aplicação que permite aos utilizadores saberem se a empresa à qual estão a comprar um produto eletrónico é ou não amiga do ambiente. A Klarna chamou-lhes de “crachás responsáveis”, uma espécie de carimbo que permite ao utilizador ter acesso a métricas sobre as suas compras de produtos eletrónicos, incluindo informações sobre as emissões de gases de efeito estufa das marcas ou energia com origem em recursos renováveis.

Alexandre Fernandes explica que os “crachás responsáveis” são uma ferramenta criada em colaboração com a empresa de inteligência artificial Clarity AI e que “permite disponibilizar aos utilizadores da app informações sobre as boas práticas de sustentabilidade das marcas de produtos de eletrónica, que vão desde a partilha de dados sobre as emissões de gases de efeito de estufa das marcas, ou se utilizam energia derivada de recursos renováveis”.

O mesmo responsável refere que “existem cinco tipo de distinções, e que estarão visíveis na app Klarna através da página de detalhes de transações, após ter sido feita a compra de um produto de eletrónica. O utilizador consegue aceder a informações sobre o tipo de crachá atribuído à empresa e quais as práticas ambientais pelas quais a mesma se distingue”. O country manager relevou que, “no futuro, também poderá ser possível aceder à informação dos ‘crachás responsáveis’ das marcas de produtos de eletrónica através da ferramenta rastreador de CO2 da Klarna, sem ser necessário ter-se efetuado a compra de um determinado produto”. Mas não se comprometeu com uma data.

Portugueses querem marcas sustentáveis

A disponibilização deste novo serviço junta-se a outros que a empresa tem lançado nos últimos meses para tentar aproximar-se dos consumidores que procuram marcas com práticas ambientais mais responsáveis. Como forma de dar resposta a essa procura, a empresa lançou as “Coleções Conscientes” na app Klarna em 2022 para fornecer aos consumidores informações sobre o desempenho de sustentabilidade das marcas de moda e do calçado. As marcas apresentadas nas coleções incluem a Asket, Pangaia, Lucy & Yak, Mara Hoffman, Nudie Jeans, entre outras.

O country manager da Klarna afirma ainda que o objetivo da fintech “é permitir que os consumidores façam escolhas mais sustentáveis. Da introdução de melhorias ao nosso ‘rastreador de emissões de CO2’, que permite saber informações detalhadas sobre o impacto ambiental das suas compras; aos recursos de doação através da iniciativa Give One, que destinou 9 milhões de dólares para organizações locais que protegem a natureza e combatem as mudanças climáticas, acreditamos que temos vindo a desenvolver ferramentas que ajudam os consumidores a tomarem decisões de compra conscientes e baseadas em informação fidedigna”.

A empresa fez um estudo sobre os hábitos de consumo de utilizadores em 17 países onde está presente e chegou à conclusão que os consumidores portugueses se encontram entre os que mais procuram obter detalhes sobre o impacto ambiental dos produtos ao longo do processo de compra (64% dos portugueses inquiridos). No mesmo estudo, segundo o responsável local da Klarna, “mais de metade dos portugueses inquiridos (56%) também considera importante que as marcas atuem de forma ambientalmente sustentável. É aí que entram os ‘crachás responsáveis’, que disponibilizam na nossa app insights de sustentabilidade das marcas de produtos eletrónicos que ajudam os consumidores a tomarem decisões de compra mais informadas”.

Alexandre Fernandes, country manager da Klarna em Portugal.

A Klarna existe desde 2005 e atua na aérea da banca digital e funciona como intermediário no retalho, tendo atualmente 150 milhões de utilizadores ativos no mundo e dois milhões de transações diárias. A empresa – conhecida pelas soluções buy now, pay later (em português, "compre agora, pague depois"), – entrou em Portugal em novembro de 2021 e, no ano passado, anunciou que iria abrir um centro de desenvolvimento no país que vai empregar 500 engenheiros em Lisboa no espaço de três anos.

Entretanto, a empresa tem passado por dificuldades financeiras. Os prejuízos aumentaram 47% em 2022 para as 10,4 mil milhões de coroas suecas (cerca de 940 milhões de euros ao câmbio atual), as maiores perdas anuais da história da fintech sueca.

Alexandre Fernandes explica que a Klarna “tem como principal foco a experiência de compra do utilizador, que pode juntar todas as marcas numa só app Klarna, e onde pode facilmente navegar, explorar, analisar, comparar e, claro, comprar. O nosso objetivo é que o consumidor tenha uma experiência de compra completa e suave, bem como comodidade de pagamento dentro do que é financeiramente responsável – com várias modalidades de pagamento disponíveis além do Pay in 3, que permite parcelar uma compra em três pagamentos sem juros”. O responsável da empresa conclui dizendo que apesar da marca ter nascido “para romper com o tradicionalismo do setor bancário”, é “muito mais do que uma aplicação para parcelamento de compras”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

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