12 junho 2014 12:46

Esta é a segunda vez, em menos de um ano, que Elisa Quadros é detida
daniel rodrigues
Na véspera da abertura do Mundial 2014, a polícia deteve ativistas dos protestos, inclusive uma líder entrevistada pelo Expresso em março. Há manifs previstas para esta quinta-feira no Rio de Janeiro e outras cidades.
12 junho 2014 12:46
Elisa Quadros Sanzi, conhecida como Sininho e manifestante brasileira acusada de proximidade ao grupo Black Bloc - o mais violento nos protestos contra o Mundial de futebol -, foi detida quarta-feira pela Polícia Civil, no Rio de Janeiro. No total terão sido dez os ativistas presos e levados para a delegacia de repressão a crimes de informática, na capital carioca.
Estas pessoas e variado material informático estão a ser investigados por "prática direta ou indireta em atos violentos durante os protestos". A ação decorreu na véspera da abertura do Mundial de futebol, marcada para esta quinta-feira em São Paulo, e está a ser fortemente contestada nas redes sociais. Manifestações também estão a ser, por isso, anunciadas para esta quinta no Rio de Janeiro e outras cidades.
Sininho, de 28 anos, é produtora de cinema e este ano foi capa da revista "Veja", no âmbito de uma investigação que apontava para a sua participação como interlocutora entre os manifestantes e eventuais financiadores dos protestos, no âmbito da morte de um operador de câmara atingido por um petardo durante uma manifestação.
Esta é a segunda vez em menos de um ano que Elisa Quadros é detida. Na primeira ocasião, a acusação que lhe foi feita era de formação de quadrilha.
Entrevistada em março pelo Expresso, durante uma manifestação no Rio de Janeiro contra o Mundial, Elisa anunciou na altura o desejo de realizar ocupações pacíficas de espaços públicos durante o evento desportivo. Explicou então que, com os protestos, os contestatários querem "mostrar ao mundo que o país está destruído" e que "o Brasil não é uma democracia nem tem uma economia saudável".