Segurança

Homem escravizado em trabalhos agrícolas durante 17 anos em Bragança

Homem escravizado em trabalhos agrícolas durante 17 anos em Bragança
picture alliance

PJ deteve quatro pessoas que exploravam um homem de 54 anos em Bragança. A vítima chegou a ser “alugada” a terceiros para realizar trabalhos agrícolas

Homem escravizado em trabalhos agrícolas durante 17 anos em Bragança

Hugo Franco

Jornalista

Um homem de 54 anos foi escravizado durante 17 anos por quatro pessoas em Bragança. A vítima chegou a ser “alugada” a terceiros para prestar trabalhos agrícolas, recebendo o grupo o dinheiro pelos serviços.

A Polícia Judiciária deteve estas quatro pessoas por suspeitas de crimes de tráfico de pessoas, escravidão e falsificação de documentos.

Segundo a PJ, o homem sofreu, às mãos dos arguidos, maus tratos físicos e psicológicos e foi explorado como força de trabalho.

A vítima padece de um atraso cognitivo e não tem qualquer retaguarda familiar. “Foi controlada e vigiada ininterruptamente e os seus documentos encontravam-se na posse dos arguidos, o que a tornou especialmente vulnerável”, refere a Judiciária.

De acordo com as autoridades, o homem vivia numa “situação degradante”, pernoitando num furgão em estado de sucata, num acampamento, sem o mínimo de condições de habitabilidade, salubridade, higiene e alimentação.

Os suspeitos nunca terão permitido que fosse medicamente assistido e “nem mesmo quando sofreu um grave acidente lhe possibilitaram o recurso a uma urgência hospitalar.” Em consequência da ausência de tratamento, ficou com “lesões permanentes nos membros inferiores, que lhe afetam gravemente a mobilidade”.

Mas a vítima acabou por conseguir fugir, desencadeando a intervenção da PJ que a encaminhou para um Centro de Acolhimento e Proteção especializado para vítimas de tráfico de seres humanos.

Os arguidos já tinham antecedentes criminais e vão ser agora ouvidos por um juiz que irá decidir as medidas de coação.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: HFranco@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate