Saúde

Governo ‘compra’ 700 camas para retirar casos sociais dos hospitais (e diz que não há soluções imediatas para as demissões)

Ministro da Saúde, Manuel Pizarro
Ministro da Saúde, Manuel Pizarro
MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Nas próximas semanas, o sector social disponibilizará mais vagas para receber doentes hospitalizados em unidades do Serviço Nacional de Saúde com necessidade de cuidados continuados. A medida visa aumentar a capacidade de internamento e aliviar a atual pressão sobre os serviços

Com os hospitais sobre grande pressão, o Governo está a ultimar com o sector social e solidário a contratualização de mais 700 vagas para cuidados continuados. O objetivo é retirar doentes hospitalizados apenas à espera de alta social e libertar camas no internamento, permitindo aumentar o fluxo de doentes na Urgência.

A medida aguda foi anunciada pelo ministro da Saúde, na manhã desta quarta-feira, no Parlamento. Manuel Pizarro garantiu que o objetivo é “apostar numa resposta mais consistente”. No caso, na expansão da rede de cuidados continuados com a contratualização de mais 5500 camas recorrendo para isso aos fundo do Programa de Recuperação e Resiliência. Médico, o ministro justificou ainda a medida com razões clínicas: “O Hospital é um espaço onde se deve permanecer o menor tempo possível, porque sabemos que é um espaço de risco.”

A intervenção inclui ainda a constituição de equipas de alta, que o ministro considerou “obrigatória”, e altas ao fim de semana. “Não há nenhuma razão para não serem dadas altas, até porque durante os fins de semana a família até tem mais disponibilidade para receber o doente.”

Sobre a pressão nas urgências, em concreto a demissão dos chefes de equipa da Urgência dos hospitais Garcia de Orta e Amadora-Sintra, Manuel Pizarro reconheceu as dificuldades, mas alertou que não há uma solução imediata. Manuel Pizarro recordou que as duas unidades estão subdimensionadas para a população que servem e, por isso, carecem de apoio de outras unidades. “Necessitamos de um segundo hospital, e por isso está já a ser construído um novo hospital em Sintra, e também vamos avançar com o Hospital do Seixal, como complemento.”

Manuel Pizarro sublinhou, no entanto, “que é preciso apostar nos cuidados de ambulatório” e, por isso, “estamos a apostar muito na intensificação da reforma dos cuidados primários para aumentar o acesso e ter ganhos em saúde”. O ministro referiu como exemplos concretos, o alargamento dos horários de funcionamento sempre que necessário ao longo do ano e não apenas no inverno ou a abertura de mais unidades de saúde familiar modelo B, com a remuneração associada a indicadores de produtividade e qualidade, e até a passagem direta de centros de saúde clássicos para esse modelo sem necessidade de funcionarem com um modelo de transição.

Manuel Pizarro sublinhou ainda o papel da nova Direção-Executiva do SNS. “Procurar criar boas práticas e generalizá-las.”

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