2 agosto 2014 1:53
Uma tribo indígena contactou com a civilização no estado brasileiro de Acre, que faz fronteira com o Peru. Podem ter fugido dos traficantes de droga porque é invulgar estas tribos saírem do seu habitat usual.
2 agosto 2014 1:53
A tribo indígena deu o primeiro passo para conhecer homens civilizados nas margens do rio Envira no dia 29 de junho. Do outro lado do rio estavam os funcionários da Fundação Nacional do Índio no Brasil (FUNAI), que avistaram este clã, pela primeira, no meio da selva amazónica.
Desde que viram os indígenas, começaram a vigiar a tribo à distância. Separados dos seus observadores pelo rio, os indígenas comunicavam entre si através de gritos e uma mistura de vários dialetos tribais da região. Os nativos foram filmados enquanto sopravam e passavam as mãos pelo corpo, num gesto que, segundo as suas crenças ancestrais, afasta os maus espíritos.
Mais tarde, o encontro entre os dois mundos foi documentado num vídeo filmado no mês de junho e lançado, só agora, pela FUNAI.
O primeiro a entrar em cena foi Fernando Kampa, um índio peruano da tribo Ashaninka, que atravessou parte do rio com cachos de banana para oferecer aos homens. Depois disso, os membros da tribo seguiram Fernando Kampa até à outra margem.
Trajando apenas uma pequena faixa à volta da cintura, os elementos da tribo pediram, num gesto declarado, a camisola de um funcionário da FUNAI. Um pedido imediatamente declinado já que existe o perigo de transmissão de potenciais doenças aos elementos da tribo que não possuem imunidade que o ambiente da vida em 'civilização' confere.
Tribo pode ter fugido do Peru
Como se pode ver nas filmagens, um elemento do clã transportava uma espingarda e os outros dois, uma faca. Sinal que, segundo o Los Angeles Times, os homens abandonaram a segurança da sua tribo e cruzaram a fronteira para fugir da exploração madeireira ilegal e do conflito com os traficantes de drogas frequentes no Peru.
O vídeo tem atraído a atenção internacional mas, para Fiona Watson, diretora de pesquisa da organização de direitos indígenas "Survival International" este encontro é preocupante, já que as pessoas que não contactam com o mundo exterior são imediatamente comprometidas pela baixa imunidade a doenças tão comuns como uma gripe ou uma constipação.
Mesmo que histórico, este vislumbre do passado preocupa a diretora que adianta que, é extremamente raro as tribos mudarem-se para a terra de outros grupos a menos que existam problemas muito graves.
Estima-se que existam até 77 tribos isoladas na região amazónica do Brasil. Este encontro foi o primeiro contacto com uma tribo isolada desde 1996.