Migrações

Pelo menos 39 migrantes morreram num incêndio na fronteira mexicana

Pelo menos 39 migrantes morreram num incêndio na fronteira mexicana
Anadolu Agency

Incêndio deflagrou numa delegação do Instituto Nacional de Migração em Cidade Juárez, depois de alguns migrantes terem incendiado colchões em protesto, de acordo com o Presidente do México

Pelo menos 39 migrantes morreram e 29 ficaram feridos num incêndio que deflagrou na madrugada desta terça-feira numa delegação do Instituto Nacional de Migração (INM) mexicano, em Cidade Juárez, na fronteira do México com os Estados Unidos.

O Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, disse que as autoridades acreditam que o incêndio deflagrou depois de alguns migrantes terem incendiado colchões em protesto, depois de descobrirem que seriam deportados.

“Eles não pensaram que isso causaria esta terrível tragédia”, disse o líder mexicano em conferência de imprensa, de acordo com a Reuters, acrescentando que a maioria dos migrantes nas instalações eram da América Central e da Venezuela.

Entre os mortos estão 28 cidadãos da Guatemala. Ao todo, havia 68 homens adultos alojados nas instalações, indicou o INM. Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guatemala disse que funcionários mexicanos informaram que alguns venezuelanos no centro tinham acendido colchões.

Um responsável do Ministério dos Negócios Estrangeiros das Honduras disse ainda à Reuters que 13 cidadãos do país estavam no centro, mas ainda não sabia se algum deles está entre as vítimas mortais.

A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Adrienne Watson, expressou pesar pela “desolação” da perda de vidas, e garantiu que o Governo dos Estados Unidos está pronto a fornecer ao México qualquer apoio necessário.

Vários agentes do INM tinham realizado, antes do incêndio, uma operação para retirar migrantes que mendigavam nas ruas.

A presença de migrantes na área intensificou-se este ano, desde que os Estados Unidos anunciaram novas medidas que incluem a deportação imediata de migrantes do Haiti, Venezuela, Nicarágua e Cuba.

A região vive um fluxo migratório recorde, com 2,76 milhões de migrantes ilegais detidos na fronteira entre os Estados Unidos e o México em 2022 e, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), o fluxo migratório aumentou 8% no território mexicano.

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