Migrações

Mais 19 migrantes mortos em naufrágio frente à costa tunisina

Vista aérea de helicóptero da Guarda Costeira do Japão durante a operação de busca e resgate de pessoas desaparecidas após naufrágio do barco de turismo "Kazu 1" na Península de Shiretoko em Shari, Hokkaido, Japão, a 24 de abril.
Vista aérea de helicóptero da Guarda Costeira do Japão durante a operação de busca e resgate de pessoas desaparecidas após naufrágio do barco de turismo "Kazu 1" na Península de Shiretoko em Shari, Hokkaido, Japão, a 24 de abril.
KYODO

Pelo menos 19 migrantes morreram este domingo e outros cinco foram resgatados, todos da África subsaariana, depois de a embarcação precária em que viajavam ter afundado ao largo da costa tunisina

Pelo menos 19 migrantes morreram hoje e outros cinco foram resgatados, todos da África subsaariana, depois de a embarcação precária em que viajavam ter afundado ao largo da costa tunisina de Mahdia (sul), anunciou uma organização não-governamental (ONG).

Segundo o porta-voz do Fórum Tunisino para os Direitos Económicos e Sociais (FTDES), Romdhane Ben Amor, trata-se do terceiro naufrágio mortal em 72 horas, com pelo menos 24 mortos e 62 pessoas desaparecidas, enquanto outras 40 sobreviveram.

Cerca de 30 organizações acusaram na sexta-feira o Ministério do Interior de reprimir as campanhas humanitárias para ajudar os migrantes, depois de o Presidente Kais Said as ter acusado de fazerem parte de uma conspiração para mudar a demografia e a identidade "árabe-muçulmana" do país.

O último relatório do FTDES revela que as forças de segurança intercetaram quase 10.000 migrantes desde o início do ano, em comparação com 3.000 durante o mesmo período do ano passado.

Este pico nas chegadas à costa italiana, a 150 quilómetros de distância, coincide com uma campanha de detenções e ataques xenófobos contra os africanos subsaarianos após o discurso do Presidente, que afirmou não ser racista "porque tem amigos africanos" e acusou os seus detratores de distorcerem as suas palavras para prejudicar o país.

Na sequência de críticas da comunidade internacional, o governo tunisino anunciou medidas para facilitar a residência legal e o repatriamento voluntário, assim como uma linha telefónica de ajuda.

No entanto, centenas deles, na sua maioria da Costa do Marfim e da Guiné-Conacri, solicitaram o regresso voluntário aos seus respetivos países após terem perdido os seus empregos -- quase sempre na economia informal - e, em alguns casos, terem sido expulsos das suas casas pelos seus proprietários.

Segundo estatísticas do Ministério do Interior italiano, mais de 18.000 migrantes tunisinos - 4.000 dos quais menores - chegaram às suas costas no ano passado e pelo menos 600 pessoas perderam a vida na sua tentativa de atravessar o Mediterrâneo Central, que inclui também a costa da Líbia e é considerada a rota migratória mais mortífera do mundo.

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