O Governo de Itália aprovou esta quinta-feira um decreto-lei que endurece as penas para os traficantes de seres humanos no Mediterrâneo, após o naufrágio de 26 de fevereiro na costa da Calábria (sul) em que morreram pelo menos 72 migrantes.
O decreto introduz um novo tipo de crime, o de "morte e lesões por tráfico de imigrantes clandestinos" e prevê penas de até 30 anos de prisão, explicou a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, numa conferência de imprensa após o Conselho de Ministros realizado na cidade de Cutro, na Calábria, zona onde ocorreu o naufrágio.
Meloni acrescentou que as medidas demonstram que o Governo italiano está "determinado em derrotar o tráfico de seres humanos". "A nossa resposta ao que aconteceu é de uma grande firmeza. Faremos tudo o que for preciso para derrotar esses criminosos e quero lutar contra essas pessoas", afirmou a primeira-ministra italiana.
A tragédia aconteceu na noite de 26 de fevereiro quando uma barcaça de madeira naufragou ao largo da costa italiana, a cerca de 30 quilómetros de Crotone, provocando pelo menos 72 mortos, segundo o balanço ainda provisório.
Na terça-feira, o ministro do Interior italiano, Matteo Piantedosi, qualificou a alegação de que o Governo de Itália impede os navios das organizações humanitárias de resgatar migrantes no Mediterrâneo como uma "mentira grave".
O naufrágio de 26 de fevereiro tem suscitado muitas críticas à atuação das autoridades italianas. Itália é abrangida pela chamada rota do Mediterrâneo Central, uma das rotas migratórias mais mortais, que sai da Líbia, Argélia e da Tunísia em direção à Europa, nomeadamente aos territórios italiano e maltês.
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