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Conheça os 16 novos relógios mais insólitos

As exportações de relógios suíços desaceleram em 2022 e nos primeiros meses de 2023, depois de um crescimento sem precedentes durante a pandemia
As exportações de relógios suíços desaceleram em 2022 e nos primeiros meses de 2023, depois de um crescimento sem precedentes durante a pandemia
Cyril Zingaro

Cautela e otimismo marcam as novidades da relojoaria suíça, apresentadas na Watches&Wonders, escreve a jornalista Catarina Nunes na crónica ‘Sem Preço’

Conheça os 16 novos relógios mais insólitos

Catarina Nunes

Jornalista

Há pelo menos cinco séculos que a relojoaria suíça reinventa a forma como a contagem do tempo se apresenta, com mais ou menos complicações, turbilhões, mecanismos visíveis ou intervenções artísticas nos mostradores.

O desacelerar das vendas de relógios de luxo em 2022 e nos primeiros meses de 2023, depois de um crescimento sem precedentes durante a pandemia, bem como a reabertura da China e a redefinição de novas geografias de consumo, refletem-se na última edição da maior feira desta indústria, a Watches&Wonders, em Genebra, marcada por um otimismo cauteloso.

O cenário não é propriamente dramático. As exportações de relógios suíços aumentam 11,4% em 2022 (abaixo dos 31,2% em 2021), com os Estados Unidos a representar, pela primeira vez, a maior fatia deste mercado (15,7%), ultrapassando a China (10,3%), que ocupa o segundo lugar. Nesta tabela, Portugal encontra-se na 28ª posição, a crescer 14,6% em relação a 2021 e acima da variação de 11,4% do mercado global, segundo a Federação da Alta Relojoaria Suíça.

A Watches&Wonders, por seu lado, regista resultados superiores às edições anteriores, recebendo 43 mil visitantes únicos (face aos 22 mil em 2022) e mais 50% de jornalistas, com o regresso dos mercados asiáticos. Estes aspetos, no entanto, são ponderados com os problemas que a relojoaria atravessa, como a escassez de matérias-primas, o aumento dos custos e dos atrasos nas entregas, além da falta de mão-de-obra. A guerra na Ucrânia e a situação geopolítica na Rússia, por seu lado, contribuem com 1% do recuo das vendas globais de relógios.

A cautela das 48 marcas (mais 10 do que em 2022) presentes na Watches&Wonders é materializada com novidades na continuidade, em torno dos modelos mais vendidos, do legado e arquivos históricos, sem grandes disrupções em termos de novas complicações, as funcionalidades além das horas, como o calendário ou as fases da Lua, por exemplo. Em termos de criatividade, destacam-se o relógio abaulado da Chanel, inspirado no alfineteiro que Coco Chanel usava no pulso, e os relógios-colar em algumas marcas, por exemplo, que indiciam uma aposta no segmento feminino para lá dos relógios-pulseira.

Os relógios divertidos são outra das tendências, como o Oris verde com o Sapo Cocas ou o Rolex colorido com emojis e palavras motivacionais, que aparecem no visor dependendo do dia da semana e do mês. É evidente uma opção pelo verde a par com o salmão como as novas cores do momento, pelo menos em grande parte dos relógios escolhidos para apresentar durante a Watches&Wonders. Isto significa que estas cores podem não ser as dominantes, quando ponderadas com a totalidade dos novos modelos em cada uma das marcas, tendo em conta que apenas uma minoria é mostrada à imprensa.

Estas tonalidades refletem mais do que uma opção estética, com o salmão a representar harmonia e felicidade, e o verde a traduzir esperança e crescimento. Há oportunidades que sustentam estas emoções positivas, como as novas gerações, em particular nos Estados Unidos, que estão a redescobrir os relógios mecânicos, o retomar do consumo na China e o aumento da procura de produtos de luxo, derivado do aumento das fortunas mundiais e da aposta em investimentos seguros. Os relógios servem para mais do que dar as horas.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: CNunes@expresso.impresa.pt

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