Sociedade

Guarda-redes brasileiro condenado a 22 anos de prisão por matar amante

8 março 2013 11:55

Bruno, do Flamengo, foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pelo homicídio e ocultação do cadáver de Eliza Samudio.

8 março 2013 11:55

No Dia Internacional da Mulher, o Fórum de Contagem, em Minas Gerais, no Brasil, fez justiça pela morte de uma mulher: Eliza Samudio. Bruno Fernandes, ex-guarda-redes do Flamengo, foi condenado a 22 anos e três meses de prisão efetiva por quatro crimes: rapto, homícidio e ocultação do cadáver da amante, e também pelo rapto do filho, Bruninho.

A sentença foi lida hoje de madrugada, após três dias de julgamento de um dos casos mais macabros da justiça brasileira, que começou a ser desvendado no verão de 2010.

Eliza Samudio, 25 anos, conheceu Bruno em 2008 e teve um caso com o jogador brasileiro, à altura guarda-redes titular do Flamengo. Eliza ficou grávida, mas Bruno não quis reconhecer a paternidade do filho, pelo que a mulher recorreu aos tribunais.

Em junho de 2010, Eliza desapareceu e nunca mais foi encontrada. De acordo com a tese do Ministério Público, Bruno foi o mentor do crime, pedindo a um amigo, 'Macarrão' (Luiz Henrique Ferreira Romão), e a uma ex-mulher, Fernanda Gomes de Castro, para raptar Eliza, tal como o filho, Bruninho, que ficou ao cuidado de outra ex-mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues - que foi absolvida do rapto da criança, na sentença desta madrugada, uma vez que o tribunal considerou que agiu "sob ameaça".

Relação homossexual?

No ano passado, os advogados de Bruno argumentaram que tinha sido 'Macarrão' a engendrar tudo sozinho, mas a tese acabou por cair por terrra, especialmente quando a revista 'Veja' publicou uma carta de Bruno dirigida a 'Macarrão', pedindo-lhe que arcasse com as culpas, pondo em prática o "plano B".

Na altura, os advogados de defesa de Bruno negaram que o jogador estivesse a pedir ao amigo para se declarar culpado e explicaram, ao invés, que os dois - 'Macarrão' e Bruno - tinham um relacionamento amoroso e, por isso, 'Macarrão' tinha agido por "ciúme e ódio".

Depois de ter negado qualquer envolvimento, quando o caso foi divulgado, Bruno acabou por admitir, já em tribunal, que sabia que a mulher "iria morrer" e que se sentia "culpado", ainda que tivesse ressalvado que não foi ele a ordenar a morte.

A sentença da juíza Marixa Fabiane Rodrigues, que Bruno ouviu com lágrimas nos olhos e uma bíblia na mão, não agradou, contudo, a ninguém. A defesa diz que vai recorrer, já que insiste na inocência de Bruno, enquanto que a acusação quer uma pena mais dura, entre 28 e 30 anos, para o réu.