Sociedade

Greve nos CTT de Guimarães contra "sobrecarga de serviço"

18 agosto 2014 17:06

Expresso

Começou esta manhã uma semana de greves nos CTT em Guimarães. Na primeira paragem, de duas horas, o sindicato reclama uma adesão de 70% dos trabalhadores. Empresa diz que a distribuição de correio não foi afetada.

18 agosto 2014 17:06

Expresso

Convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), a semana de greves previstas nos CTT de Guimarães começou esta manhã com as primeiras duas horas diárias de paralisação. O protesto é motivado pela insatisfação dos funcionários quanto à carga de trabalho extraordinário.

Contactado pelo Expresso, João Carvalho, porta-voz do Secretariado Permanente do Norte, afirma que a greve "prende-se com a sobrecarga de serviço". Os trabalhadores têm sido "obrigados" a trabalhar mais horas, horas essas extraordinárias e não remuneradas.

A concentração dos centros de distribuição dos Correios de Vizela e Guimarães nesta última cidade explicarão o excesso de trabalho denunciado pelos trabalhadores. Segundo a mesma fonte, os funcionários dos Correios labutam "sistematicamente para além do horário", chegando mesmo a atingir as dez ou doze horas diárias.

João Carvalho critica ainda os CTT por até agora não ter tomado medidas para resolver estes problemas - "a empresa pouco ou nada fez para melhorar a situação" e "continuar a abusar da boa vontade dos trabalhadores".

Não havendo solução à vista, os funcionários veem-se "obrigados a lutar". O problema não afeta só os Correios em Guimarães e pode alastrar-se por todo o país, avança o porta-voz do Secretariado Permanente do Norte.

Até dia 21, a greve será parcial, entre as 7h e as 9h. A fechar a semana, dia 22, o protesto extende-se pelas 24 horas dessa sexta-feira.

Esta manhã, conta João Carvalho que a adesão à greve foi de cerca de 70%, admitindo um aumento deste valor nos próximos dias: "Quem hoje ficou a trabalhar, com certeza que se juntará amanhã aos colegas", disse ao Expresso.

Fonte oficial dos CTT contactada pelo Expresso diz que "todo o correio distribuído a partir do Centro de Distribuição Postal de Guimarães foi entregue e que todos os carteiros estão nas ruas em distribuição". 

Contrariamente ao que foi avançado pelo SNTCT, "a greve não foi, por isso, bem sucedida na interrupção do serviço à população". Os CTT acrescentam que os circuitos de distribuição foram assegurados e que, por isso, a "população não chegou a sentir a existência de uma paralisação."

A mesma fonte oficial dos Correios adianta ainda que a empresa faz "uma avaliação positiva" da concentração dos centros de distribuição dos CTT de Vizela e Guimarães.