Sociedade

Falta de professores atrasa divulgação das notas dos testes de inglês

3 junho 2014 12:49

Mais de 120 mil alunos vão ter de esperar para saber como se saíram na nova prova.

3 junho 2014 12:49

A estreia da aplicação dos testes de Cambridge nas escolas portuguesas continua a ser conturbada. Depois da polémica em torno da opção do Governo em contratar ao instituto Cambridge English Language Assessment a realização desta avaliação externa, obrigatória nos caso dos alunos do 9º ano e facultativa para os restantes, é a correção dos testes que está a dar problemas e que levou ao adiamento da divulgação dos resultados, prevista para esta terça-feira.

Em comunicado, o Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), responsável pela operacionalização das provas, lamenta o atraso e culpa os professores que se voluntariaram para corrigir os testes e que depois acabaram por desistir pelos problemas. "Como é público, o projeto de aplicação do teste Key for Schools contou, numa fase inicial, com cerca de 1200 professores que se disponibilizaram para realizar as tarefas de classificação. No entanto, apenas pouco mais de 800 professores têm estado efetivamente envolvidos no processo", lamenta o IAVE.

A falta de voluntários leva a que as escolas ainda não tenham conseguido agendar todas as provas orais, que também integram o teste. Os prazos para as sessões de speaking foram, por isso, alargados, tal como para a classificação da parte escrita, realizada a 30 de abril por 121 mil alunos.

A maioria são do 9º ano mas houve ainda 13% de estudantes abaixo deste nível de escolaridade (até ao 6º ano) que se inscreveram e pagaram 25 euros para ter o certificado de Cambridge e 21% de níveis de ensino acima (até ao 12º) que também o fizeram - os mais carenciados não pagavam ou tinham um desconto de 50%.



Teste de nível elementar 

No caso do 9º ano, a prova é de realização obrigatória mas não o pedido de diploma - um terço dos alunos não quis pagar. O nível de exigência e do certificado pode ter afastado alguns alunos, admitiu já o diretor do IAVE, Hélder Sousa. 

O teste Key for Schools aponta para uma certificação de nível A1, considerada elementar dentro do Quadro Europeu de Referência para as Línguas. De acordo com as metas curriculares nacionais, este nível de desempenho deve estar adquirido no 7º ano. No entanto, quem tiver mais de 90% no teste consegue ter um certificado de nível B1 (utilizador independente). 

No próximo ano, a prova a aplicar nas escolas já deverá apontar para este grau superior, anunciou entretanto Hélder Sousa. O IAVE considera ainda que as "dificuldades sentidas serão corrigidas em futuras aplicações" e que "não devem constituir um entrave a que se aposte fortemente na continuação da valorização do ensino do Inglês, processo a que se espera dar continuidade no próximo ano letivo."