Ensino

Ministro garante que escolas com maior exclusão terão reforço de meios de acordo com desempenho dos alunos

Ministro garante que escolas com maior exclusão terão reforço de meios de acordo com desempenho dos alunos
MIGUEL A. LOPES/Lusa

O ministro da Educação anunciou hoje que as escolas onde se registem maiores níveis de exclusão vão ter um reforço de meios, de acordo com o desempenho dos alunos

O ministro da Educação anunciou hoje que as escolas onde se registem maiores níveis de exclusão vão ter um reforço de meios, de acordo com o desempenho dos alunos.

O novo indicador, explicou João Costa, permite "aferir o desempenho de alunos em escolas diferentes" e faz parte da próxima fase do Programa TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária) que está a ser preparada e cujo despacho normativo deverá ser publicado em breve.

O ministro da Educação falava numa audição conjunta nas comissões parlamentares da Educação e Ciência, e Trabalho, Segurança Social e Inclusão, com a secretária de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes, por requerimento do PSD e da Iniciativa Liberal sobre educação inclusiva.

De acordo com o governante, está também para breve a conclusão da revisão do modelo de funcionamento e financiamento dos Centros de Recursos para a Inclusão, para corrigir assimetrias entre os níveis de financiamento e o número de alunos apoiados em diferentes zonas do país.

"Este trabalho permitirá uma correção do funcionamento e visará uma melhor articulação entre as necessidades identificadas pelos agrupamentos de escolas e as terapias disponibilizadas pelos Centros de Recursos para a Inclusão", antecipou o ministro.

Por outro lado, quanto ao funcionamento destas instituições e de forma a responder ao aumento da prevalência do autismo, foi produzido um roteiro para a elaboração dos Planos Individuais de Transição, em colaboração com a Associação Portuguesa do Síndrome de Asperger.

O objetivo, explicou o ministro, é que "o fim da escolaridade seja o início de uma nova etapa, área que também será alvo de aprofundamento".

Durante a sua intervenção inicial, João Costa fez um balanço da concretização da educação inclusiva, sublinhando que desde 2018 o número de professores de educação especial aumentou em 4,2%, correspondendo, atualmente, a cerca de 7% do total de professores.

Aumentou também o número de psicólogos, em 48,2%, e de terapeutas da fala, em 88,3%, enquanto o número de educadores sociais e animadores sociais mais que duplicou.

Por outro lado, pouco mais de metade das turmas têm até 20 alunos, sendo que no ano letivo 2022-2023 foram abertas 4.959 novas turmas, decorrentes da redução do número de alunos.

"Sabemos que a inclusão é um processo sempre inacabado e que, sempre que haja um aluno que seja a quem não conseguimos responder, encontramos a evidência para continuar e aprofundar o trabalho", sublinhou João Costa.

Antes da intervenção do ministro da Educação, PSD e Iniciativa Liberal justificaram os requerimentos para ouvir o Governo sobre o tema da educação inclusiva, com a deputada social-democrata Emília Cerqueira a considerar que existe um desfasamento grande entre a narrativa do Governo e a aplicação do regime jurídico.

"Não passa de mais uma daquelas políticas muito anunciadas, mas muito pouco concretizados", afirmou a deputada, enquanto Carla Castro, da Iniciativa Liberal, deu também uma avaliação negativa, relatando que, da parte das escolas, o sentimento parece ser de insatisfação generalizada, independentemente do setor.

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