Sociedade

DIAP investiga falência do Círculo Universitário do Porto

6 março 2015 12:27

O Círculo Universitário do Porto, com 200 associados e cujos espaços serviam de cartão de visita da Universidade do Porto, está em fase de liquidação. Mas há uma investigação judicial em curso.

6 março 2015 12:27

O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto está a investigar eventuais desvios de dinheiro e negócios paralelos no Circulo Universitário do Porto (CUP), na sequência de uma denúncia apresentada pela última direção, liderada por Teresa Lago. A suspeita recai num ex-funcionário da casa.

A Universidade do Porto (UP) estava impedida pelos estatutos de financiar ou socorrer o clube, apesar do  reitor ser por inerência o presidente da direção.

Ao longo de 2014, o CUP foi agravando a sua situação financeira até ficar sem dinheiro para pagar os salários aos oito funcionários. Na altura não se imaginava que poderiam ter sido cometidas irregularidades.

A reitoria confirma ao Expresso "ter conhecimento da existência de um processo de averiguação de alegadas irregularidades" acionado pela última direção, mas "não é responsável pelo processo". Teresa Lago, recentemente aposentada, não esteve contactável ao longo da semana por se encontrar numa viagem ao estrangeiro, de que regressa depois do dia 15.

Concessão vai a concurso

Ocupando uma casa apalaçada cedida pela UP na zona universitária do Campo Alegre, o Círculo Universitário do Porto funcionava como um clube para docentes, com restaurante e espaços (entre os quais uma tenda nas traseiras) para a realização de festas e eventos.

Contava com 200 associados e servia de cartão de visita da Universidade do Porto, que escolhia os seus espaços para cerimónias oficiais. As suas receitas eram as quotas dos associados e os serviços de hotelaria e restauração prestados.

Nas duas assembleias gerais, no fim de 2014, em que analisaram a situação crítica do CUP, os sócios encararam a hipótese de abrir o clube a empresas e associados coletivos, mas o pedido de insolvência travou soluções alternativas e precipitou a extinção. 

Entretanto, a UP já tomou posse administrativa do edifício e vai lançar este mês um concurso de concessão do espaço vocacionado para o serviço de restauração, de forma a evitar que fique encerrado e sem utilização durante um longo período de tempo.