Coronavírus

Covid-19. “Imunidade de grupo não é uma possibilidade”: quem o diz é o criador da vacina AstraZeneca

Andrew Pollard, pai da vacina da AstraZeneca, no momento em que recebeu a primeira dose
Andrew Pollard, pai da vacina da AstraZeneca, no momento em que recebeu a primeira dose
WPA Pool / GETTY IMAGES

A culpa é da Delta, de acordo com Andrew Pollard. Que ainda assim faz uma ressalva: “Não há motivo para pânico neste momento”

Conhecido como o pai da vacina da AstraZeneca, Andrew Pollard defende que a imunidade de grupo é uma ideia “mítica”. Apesar de 75% da população adulta do Reino Unido já estar totalmente vacinada, o chefe do Oxford Vaccine Group adverte que “a variante Delta ainda irá infetar pessoas que foram vacinadas” e afirma que, atualmente, “não temos nada que pare [completamente] a transmissão” do vírus.

Durante uma reunião com deputados britânicos, Pollard disse que a imunidade de grupo “não é uma possibilidade”, uma vez que as vacinas não impedem a disseminação do vírus. “A variante Delta ainda irá infetar pessoas que foram vacinadas”, sustentou o criador da vacina da AstraZeneca, o que representa um problema para travar o avanço da covid-19, sobretudo para “qualquer pessoa que ainda não foi vacinada” e que “vai ser infetada pelo vírus em algum momento”.

Para Andrew Pollard, citado pelo The Guardian, “o problema com este vírus é que não é como o sarampo”. “Se 95% das pessoas foram vacinadas contra o sarampo, o vírus não pode ser transmitido”, algo que não se verifica com o SARS-CoV-2, ressalva.

Dados de um estudo realizado pelo Imperial College London sugerem que pessoas totalmente vacinadas, com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos, tem um risco 49% menor de serem infetadas comparativamente com aquelas que não receberam nenhuma dose dos vários imunizantes aprovados e administrados contra a covid-19. Outra das conclusões é que a probabilidade de a população vacinada testar positivo é reduzida em cerca de metade.

Questionado pelos deputados britânicos sobre a eventual necessidade de uma terceira dose de reforço da vacina, Pollard afasta, por enquanto, tal cenário. “Não há motivo para pânico neste momento”, disse, justificando que, após a toma da vacina, o organismo desenvolve uma memória imunológica que pode durar décadas, prevenindo assim de doença grave.

Optar por uma dose de reforço só faria sentido, frisa Andrew Pollard, caso se verifique um aumento de hospitalizações e mortes entre a população vacinada e “isso é algo que não estamos a verificar”.

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