São 45 mil os trabalhadores da função pública que vão participar no estudo anunciado terça-feira pela Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) sobre os riscos psicossociais dos funcionários públicos devido ao impacto da covid-19, detalhou ao Expresso o Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública.
De acordo com o Ministério, o estudo “vai envolver a generalidade das áreas governativas, contando com a participação de cerca de 75 entidades que empregam 45 mil trabalhadores”. Estes vão responder a um questionário cujos resultados, adianta-se ainda, vão “ser conhecidos em setembro de 2021”.
O objetivo, segundo o Ministério, é “avaliar os riscos psicossociais de um conjunto de entidades representativo da diversidade da administração central, com vista a fundamentar a implementação de políticas transversais que respondam aos riscos identificados”.
A iniciativa, que resulta de uma parceria com a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP), foi anunciada terça-feira no Parlamento pela subdiretora-geral da DGAEP, Elda Morais, numa audição na comissão eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia de covid-19. De acordo com a agência Lusa, o anúncio foi feito em resposta à deputada do PSD Fernanda Velez, que terá questionado Elda Morais sobre as medidas que estão a ser preparadas para mitigar o impacto da pandemia na saúde mental dos funcionários públicos.
Ao Expresso, Francisco Miranda Rodrigues, bastonário da OPP, afirma que a administração pública deve aproveitar esta “oportunidade” para “aumentar a sua eficiência e efetividade das políticas públicas, num equilíbrio sustentável com o bem-estar das pessoas, imprescindível para este efeito”. Algo que, acrescenta, “implicará certamente mudar paradigmas de gestão vigentes, promovendo mais autonomia, desenvolvimento de competências e seu reconhecimento e o desenvolvimento da identidade e relações positivas e suporte social”.
Ainda de acordo com o Ministério, será desenvolvido posteriormente um trabalho com a Direção-Geral da Saúde e com a Autoridade para as Condições do Trabalho “para encontrar um conjunto de medidas que previnam os riscos que vierem a ser detetados”.
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